quarta-feira, 28 de julho de 2021

Os vários Mafra - mas nem tanto: Francisco de Paula Mafra

Filhos e netos de Paulo Francisco Mafra deslocaram-se em fins do século XVIII cada vez mais ao sul de Minas Gerais, até entrar nas vilas que se formariam pelo interior de São Paulo.

Um desses netos foi o seu homônimo Paulo Francisco Mafra. Filho de João Francisco Mafra e sua segunda esposa, Ignacia Claudina, Paulo foi batizado na Capela de São Thome (São Thomé das Letras - MG) em 19 de janeiro de 1812. O padrinho foi o seu tio paterno, Vicente Ferreira Mafra. Com 21 anos de idade, Paulo Francisco Mafra, o neto, estava residindo em Franca (SP) onde se casou aos 14 de julho de 1833 com Francisca Gomes de Freitas. Francisco, o primeiro filho do casal nasceu e foi batizado na mesma cidade em julho de 1834. Cresceu e adotou o nome de Francisco Antonio Mafra, aparecendo em alguns registros com a designação "Subrinho", para diferenciar-se de um tio homônimo. Francisco também se casou em Franca. Já os seus filhos, nasceram em São Sebastião do Paraíso, onde residiam seus familiares do lado paterno.

Nos livros de batizados de Franca (1830-1839) surgiram ainda três filhos de um Francisco de Paula Mafra e Silvana Maria (do Sacramento, dos Anjos e de Jesus - aparece com os três nomes devocionais em diferentes registros). Nome até então desconhecido entre os muitos ramos descendentes de Paulo Francisco Mafra (o avô!). Consultando o livro de matrimônios, logo veio a resposta para o "novo" Mafra descoberto: não era da família!

Francisco de Paula Mafra foi filho natural de Teodora Maria de Jesus, sendo natural de Franca. Eis a família de Francisco de Paula:

Casou-se em 10 de julho de 1835, na Matriz de Franca com Silvana Maria, também natural de Franca, filha de José Bento Campolina e Luzia Maria do Sacramento. Tiveram ao menos três filhos:

Jeronima, batizada em 3 de junho de 1836.

Jeronimo, batizado em 3 de abril de 1839.

Luiz, batizado em 25 de abril de 1839.


A respeito da família de Paulo Francisco Mafra, publiquei no blog: De Mafra para Minas - a família de Paulo Francisco Mafra.

domingo, 11 de abril de 2021

De Mafra para Minas - a família de Paulo Francisco Mafra

Há três grandes famílias mineiras que compartilham o sobrenome Mafra, mas sem ter uma relação de parentesco (pelo menos próxima e identificada). A primeira delas, mais antiga, é a do boticário Antonio Gomes Mafra, casado em Mariana em 1757 com Ana Vieira Serra; temos depois a família de Paulo Francisco Mafra, desde a fins década de 1760 na região de Lavras e a família de Joaquim José de Oliveira Mafra, que aparece na década de 1760 em Itabirito, próximo de Mariana. Há outra família Mafra de fins do século XVIII residindo no sul da colônia. Destas três famílias mineiras, a de Paulo Francisco Mafra é a qual vamos detalhar.

Paulo nasceu em 15 de janeiro de 1740 em Mafra, Portugal e foi batizado cinco dias depois no mesmo local. Foi o terceiro filho de João Francisco e Domingas dos Sanctos, casados também em Mafra em 26 de novembro de 1735. A princípio usou apenas o nome de Paulo. Posteriormente passou a usar Francisco como complemento e possível homenagem ao avô paterno, Francisco Pereira. Nem os avós, nem os pais e nem os irmãos de Paulo usaram o sobrenome Mafra. Este sobrenome toponímico passou a usar utilizado apenas no Brasil - e apenas por Paulo - em fins da década de 1760, período em que Paulo emigrou para a então Capitania de Minas Gerais. O pai de Paulo aparece nos registros paroquiais de Mafra (e de Cheleiros) apenas como João Francisco. Posteriormente é aparece com "Oeiras" ao ser mencionado no batismo de alguns dos netos mineiros.


Em Mafra...

Francisco Pereira e Domingas Francisca "dos Serrados" residiam em Cheleiros, uma pequena vila em Mafra. Nos livros da paróquia de Cheleiros encontrei ao menos dois filhos: Maria, batizada em 19 de junho de 1710 e João, batizado em 8 de maio de 1712. Como a pesquisa está incompleta, ainda é possível encontrar mais. Quanto aos ascendentes, talvez seja difícil descobrir mais. O primeiro livro de matrimônios de Cheleiros começa em 1712 e como Francisco Pereira e Domingas Francisca se casaram antes dessa data, não sabemos o nome de seus pais.

João adotou também o nome de Francisco e passou a ser identificado nos registros como João Francisco (e posteriormente no Brasil como João Francisco Oeiras). Casou em Mafra em fins de 1735 com Domingas dos Sanctos "dos Gonsalvinhos". Domingas foi batizada em Mafra em 12 de março de 1717, e era filha de Josephe dos Santos (José dos Santos) e de Josepha da Silva.

João Francisco e Domingas dos Sanctos foram pais de ao menos 7 filhos, todos batizados em Mafra:

1. Maria, nascida em 13 de novembro de 1736 (batizada no dia 19 do mesmo mês)

2. Caetana Maria, nascida em 8 de abril de 1738 (batizada no dia 14 do mesmo mês). Casou-se em Mafra em 13 de outubro de 1760 com Domingos Luis, filho de Manoel Luis e Jozepha Maria.

3. Paulo Francisco Mafra, nascido em 15 de janeiro de 1740 (batizado no dia 20 do mesmo) e que será apresentado em separo abaixo.

4. Joze Francisco, nascido em 16 de julho de 1742 (batizado no dia 20 do mesmo mês). Casou-se em Mafra em 15 de junho de 1767 com Maria da Costa, filha de João da Costa e Francisca Maria.

5. Jozepha, nascida em 25 de abril de 1747 (batizada no dia 27 do mesmo mês).

6. Manoel, nascido em 4 de dezembro de 1749 (batizado no dia 14 do mesmo mês).

7. Antonio, nascido em 3 de junho de 1752 (batizado no dia 20 do mesmo mês).


No Brasil...

Paulo Francisco Mafra emigrou de Portugal para o Brasil durante a década de 1760. No final dessa década já residia entre Lavras e Baependi, Minas Gerais, onde se casou com Estacia Anna Ribeira e onde os três primeiros filhos foram batizados. Foi proprietário de uma fazenda chamada "Rio do Peixe" e de alguns escravizados. Não foi possível identificar ainda a data da compra dessa fazenda, mas já era o seu proprietário desde 7 de setembro de 1793, quando redigiu seu testamento. Essa mesma fazenda foi mencionada outras vezes como propriedade de seus descendentes: em abril de 1804 no inventário de sua nora, Antonia Leocádia Gomes; em agosto de 1814, em uma petição do seu genro Antonio da Costa e Silva em que menciona um caminho que ligava a Capela de São Thome das Letras e a fazenda "que foi de Paulo Francisco Mafra"; em setembro de 1845 no testamento de seu filho Vicente Ferreira Mafra; todas as menções constam como "Fazenda do Rio do Peixe" e como propriedade de Paulo Francisco Mafra ou de seus filhos. A localidade de "Rio do Peixe" é mencionada ainda em janeiro de 1871 no testamento de Francisco Ferreira Mafra (um neto de Paulo). Por esses documentos acreditamos que a propriedade - ou partes dela - permaneceu em poder dos descendentes de Paulo Francisco Mafra por algumas gerações. Na década de 1960 a fazenda Rio do Peixe foi vendida por Joaquim Mafra para a família de Juracy Batista.

Com testamento redigido em 1793, Paulo Francisco Mafra veio a falecer em 24 de julho de 1797, em São Thome das Letras, sendo sepultado dentro da referida Capela de São Thome. Dois netos usaram o seu nome, sendo comum os homônimos entre seus filhos, netos e bisnetos, que apresentaremos abaixo. Sua esposa foi Estacia Anna Ribeira, nascida e batizada em Nossa Senhora da Piedade (Barbacena) em 1750 e filha de João Francisco Evangelho, natural da Ilha Terceira, Açores, e de Francisca Ribeira. Estacia Anna Ribeira já era falecida em 1793 quando Paulo redigiu o testamento.


Filhos e netos:

1- Maria Caetana Mafra, nascida em Lavras, entre 1766 e 1767 e falecida em Três Corações em 4 de abril de 1832. Filha mais velha, usou o mesmo nome de sua tia portuguesa Caetana. Em pelo menos um batizado em 1684, aparece Maria Francisca Mafra que acredito possa ser Maria Caetana. Casou-se na Capela dos Santíssimos Corações (Três Corações) em 20 de maio de 1787 com Antonio da Costa e Silva, natural de Lavras, tendo nascido por volta de 1761, filho de João da Costa Guimarães, natural de Braga, Portugal, e de Isabel Pedrosa, natural de Carrancas, MG. Maria Caetana Mafra e Antonio da Costa e Silva foram recenseados em Três Corações, com 65 e 70 anos respectivamente, ocupando-se de "roça e engenho" e sendo proprietários de 46 escravos. Tiveram ao menos 7 filhos.


2. Alferes Manoel Francisco Mafra, nascido e batizado em Baependi, por volta de 1768. 2° filho de Paulo Francisco Mafra. Casou-se na Capela de Nossa Senhora de Nazareth (atualmente município de Nazareno), filial de São João del Rei, em 16 de julho de 1788 com Maria Pereira do Nascimento, batizada na Capela do Porto Real (atual Carrancas), filha de Miguel Lopes da Silva e Julia Maria do Nascimento, filha de Diogo Garcia e da açoriana Julia Maria da Caridade, uma das "Três Ilhoas". Parte da família de Manoel Francisco Mafra havia sido pesquisada pela genealogista Marta Amato possivelmente por essa relação com uma das Ilhoas. Manoel Francisco Mafra passou a ocupar o cargo de Alferes depois de setembro de 1797, sendo que em 25 de dezembro de 1799 aparece na inauguração do Pelourinho de Campanha da Princesa já investido no cargo. A partir de 1815 desloca sua residência para Ventania (atual Alpinópolis). 11 filhos com Maria Pereira do Nascimento:

- Miguel, batizado na Capela de Nossa Senhora do Porto do Saco (Carrancas), filial da Igreja Matriz de Santa Ana das Lavras do Funil, em 21 de fevereiro de 1791.

- Julia Maria do Nascimento, batizada na Capela da Conceição do Porto do Saco (Carrancas) em 29 de fevereiro de 1792. Foi casada com João Francisco Tavares, nascido por volta de 1791 em Mogi Mirim e falecido no bairro Sapucaí, da Capela de São José e Dores (Alfenas) em 6 de outubro de 1821. Pais de Joaquim, batizado em Alfenas em 11 de outubro de 1815, sendo padrinhos os Joaquim Joze Mafra e sua irmã Lourença Antonia de Jesus, residentes em Ventania (Alpinópolis).

- Joaquim Joze Mafra, nascido por volta de 1795, residente em Ventania e padrinho de seu sobrinho Joaquim, mencionado acima.

- Lourença Antonia de Jesus, nascida por volta de 1797, madrinha juntamente com seu irmão Joaquim Joze Mafra.

- Antonio.

- Thereza Firmina Mafra, nascida por volta de 1802, casada com João Alves da Silva e ao menos uma filha, Maria, nascida por volta de 1820. Aparecem no censo de Ventania em 1832. Ela e o marido ainda estavam vivos em 1842 mencionado no batismo de um escravizado.

- Emerenciana Francisca Mafra, nascida por volta de 1805, casada com Joaquim Luiz Nogueira, nascido por volta de 1797. Ambos aparecem no censo de 1832 em Ventania. Em outros registros, aparece ainda com o nome de Emerenciana Francisca do Nascimento, usando o sobrenome devocional igual sua mãe e sua avó. Foram pais de ao menos 6 filhos, alguns batizados em Ventania e outros em Alfenas: João Luiz (Ventania, 5 de fevereiro de 1819), Francisco (1820, faleceu em 18 de janeiro de 1822 em Alfenas), Guilhermina (Alfenas, 10 de outubro de 1824), Maria (1826), Felisbina (Alfenas, 27 de janeiro de 1827) e Joaquim (Alfenas, 20 de novembro de 1828).

- Ponciana, batizada na Capela de São Thome das Letras em 25 de agosto de 1806, sendo padrinho o tio João Francisco Mafra. Faleceu ainda bebê e antes de 1808.

- João Francisco Mafra, batizado na Capela de São Bento do Campo Belo (atual São Bento Abade) em 6 de fevereiro de 1808 e faleceu provavelmente em 1866, pois em 6 de janeiro de 1867 um batismo de um escravizado menciona ser "herança dos orphao do finado João Francisco Mafra e Anna do Carmo". Foi casado duas vezes e parte de sua descendência foi pesquisada pelo genealogista Jaime Spletsttoser. Casado a 1ª vez ainda em Minas Gerais com Maria Constancia das Dores, mencionada também como Maria Custodia das Dores ou Maria das Dores Barboza, falecida em 1836 e sepultada na Igreja de São João Batista em São João da Boa Vista. Desse primeiro casamento houve: Joze Eleuterio Mafra (batizado na Ermida de São Domingos da Barra, atual Carmo da Cachoeira, em 10 de abril de 1826, casado em 1854 em São Sebastião do Paraíso com Maria Candida de São José e falecido em São João da Boa Vista em 1881); João Francisco Mafra (batizado na mesma Ermida de São Domingos da Barra, em 20 de janeiro de 1828, falecido em 1901 em Aguaí e que foi casado com Candida Maria das Dores); Joaquim Francisco Mafra (nasceu aproximadamente em 1829, foi casado com Maria Constancia de Jesus e com três filhos: Antonio Francisco Mafra, Maria Candida Mafra e Carolina, residente entre Caldas, Campestre e Botelhos); Anna (batizada na mesma ermida que os irmãos, em 16 de maio de 1830); Maria (batizada na mesma ermida em 20 de dezembro de 1831); Maria Constancia Mafra ou Maria da Conceição Mafra (nascida por volta de 1833, casada com Vicente Jose da Silva e com ao menos quatro filhos: Francisca, Maria Rosa Mafra, Francisca Victalina Mafra e Magdalena Constancia das Dores); Antonio Francisco Mafra (nascido em São João da Boa Vista, por volta de1834 e falecido em Pirassununga, em 1897, com testamento, sendo casado a 1ª vez com Constancia Perpétua de Jesus e a 2ª vez com Rita Maria da Glória, tendo diversos filhos, Francisca Theodora Mafra, João Francisco Mafra e vários outros que residiram em Pirassununga); Francisco Antonio Mafra (nascido por volta de 1835, provavelmente depois da família se mudar da região das Lavras para a de Mogi Guaçu, tendo casado duas vezes, com Vicencia Candida de Jesus e depois com sua prima distante Maria Balbina de São José, filha de Manoel Francisco Mafra e Ubaldina Candida, tendo vários filhos: João, Maria de Paula das Dores, Francisco Canuto Mafra, Jeronimo Silverio Mafra, José Teodoro Canuto Mafra, Maria José Mafra, Balbina Mafra, Magdalena Antonia Mafra e Ignacia Mafra). João Francisco Mafra e Maria Constancia das Dores residiam com os filhos em São João da Boa Vista desde 1835, quando são recenseados. Ao ficar viúvo, casou-se pela 2ª vez em São João da Boa Vista em 16 de janeiro de 1837 com Anna do Carmo. Do segundo casamento houve: José Francisco Mafra; Jesuina; Manoel José Mafra (casado em Mogi Guaçu em 1868); Francisca Victalina Mafra, casada com Francisco Barbosa de Assis e pais de Adolpho Acayaba, Theophilo Barbosa Acayaba, Arminda Barbosa Acayaba, Maria Barbosa Acayaba, Ottilio Barbosa Acayaba e Argymiro Acayaba; Mariana; Theotonio Mafra; Eleaquina Victalina Mafra, Silvestre José Mafra e João José Mafra, este último casado em Itapira em 14 de fevereiro de 1885 com Anna Adelina Vieira e pai da professora Sylvia Mafra Machado.

- Ponciana Jesuina da Gloria, batizada na Capela de São Thome das Letras em 22 de maio de 1808, sendo padrinho tio João Francisco Mafra. Em alguns documentos é mencionada como Ponciana Francisca Mafra. Foi recenseada em 1832 em Ventania como chefe de um fogo, de profissão costureira. Não se casou, mas teve ao menos 5 filhos: Pio Nato Brasileiro, nascido em 1833 e falecido em Ventania (Alpinópolis) em 6 de junho de 1865, foi casado com Mariana Carolina de Figueiredo e teve vários filhos, dentre eles Laudelina Alda Blandina Brasileiro, Francisco Pio Brasileiro, Horácio Virgilio Brasileiro e Pio Nato Brasileiro Filho; Izilito Ponciano Mafra, nascido em 1834 e falecido em Ventania em 27 de janeiro de 1878, casado com sua cunhada Mariana Carolina, após o morte de seu irmão Pio e no Almanach Sul Mineiro de 1874 aparece como comerciante em Ventania; Maria das Dores Mafra, nascida aproximadamente em 1835 e casada com Esmael de Assis Antunes; Anna Lucia Mafra, nascida em 1839 e casada em Ventania em 28 de janeiro de 1857 com Francisco Alves Martins; Baptistina Candida Mafra, batizada em Ventania em 4 de novembro de 1842, casada na mesma localidade em 1 de junho de 1861 com Oliverio Ferreira Pedrosa.

- Magdalena Maria Mafra, batizada na Capela do Santíssimo Coração (Três Corações) em 12 de novembro de 1808. Foi madrinha em 1828 de um filho de sua irmã Emerenciana.


3. Anna Luiza Mafra, batizada em Baependi por volta de 1770, casada na Matriz de Campanha em 28 de julho de 1788 com Francisco Lopes da Silva, batizado em Carrancas e filho de Miguel Lopes da Silva e Julia Maria do Nascimento. Faleceu em 24 de abril de 1797 em São Thome das Letras. Após seu falecido, Francisco Lopes da Silva casou-se ainda duas vezes e deixou vários descendentes em Pouso Alegre. Anna Luiza e Francisco foram pais de: Julia Maria do Nascimento, nascida na região de Campanha por volta de 1789 e casada em Pouso Alegre em 15 de outubro de 1806 com Jose de Souza Mendes; Joze, batizado na Capela do Porto Real (Carrancas) em 23 de maio de 1790; Antonio Lopes da Silva, batizado em 8 de maio de 1791 na Capela da Senhora Conceição do Porto (Porto do Saco, Porto Real, atualmente em Carrancas), casado com Prudenciana de Jesus e com vários descendentes em Pouso Alegre; Miguel Lopes da Silva, batizado na Capela dos Santíssimos Corações (Três Corações) em 14 de dezembro de 1794, casado com Ignacia Francisca de Jesus e depois com Delfina Flavia de Oliveira; Manoel, batizado na Capela do Campo Belo de São Bento (São Bento Abade) em 28 de abril de 1796 - pesquisa de Luis Antonio Vilas Boas; Francisco de Borja e Silva, nascido em Lavras em 1797, ano da morte de sua mãe, casado em Pouso Alegre em 1 de novembro de 1817 com Prudenciana Flavia de Oliveira.


4. Vicente Ferreira Mafra, batizado na Capela de São Bento (São Bento Abade) em 3 de agosto de 1777. Faleceu em Campanha, em 4 de junho de 1853, tendo deixado testamento. Casou-se na mesma capela onde fora batizado, em 25 de abril de 1798 com Anna Josefa Gomes, natural de São João del Rei, filha de Ignacio Gomes da Rocha e de Joana Maria da Conceição. Deixou vários descendentes em Três Corações e localidades vizinhas.

- Paulo Francisco Mafra, nascido entre 1798 e 1799. Também aparece em alguns registros como Paulino Francisco Mafra. Casado com Luciana Ignacia de Jesus, filha de Francisco Ignacio de Souza e de Maria Tereza Vilella. Pais de: Francisco de Paula Mafra, batizado em Três Corações em 8 de junho de 1831; Ana Francisca de Paula, batizada em Três Corações em 28 de agosto de 1836 e casada no mesmo lugar em 23 de novembro de 1853 com seu primo José Alves Ferreira Mafra (filho de Joaquim Ferreira Mafra e Rita Silveria de Cassia), tendo ao menos dois filhos: João Alves Mafra, em São Thome das Letras em 1854 e Maria do Carmo de Souza, em Carmo da Cachoeira em 1860; Jose Paulino Mafra; Maria Paulina de Souza e João Capistrano Mafra.

- Maria Luiza, nascida por volta de 1801, mencionada no testamento de seu pai. 

- Antonio Ferreira Mafra, nascido em Três Corações por volta de 1803 e falecido na mesma localidade em 17 de setembro de 1870, deixando testamento em sua Fazenda Engenho do Brejo onde reconhecia ser pai de um filho tido com Josepha Maria de Jesus de nome Antonio (nascido em 1850).

- Vicente Ferreira Mafra, nascido por volta de 1807 e mencionado no testamento de seu pai.

- Joaquim Ferreira Mafra, batizado em 22 de outubro de 1809 na capela dos Santíssimos Corações. Também aparece em outros documentos como Joaquim Fernandes Mafra. Em 1874, segundo o Almanach Sul Mineiro possuía em Três Corações um engenho movido por animais. Casado em Três Corações em 7 de março de 1835 com Rita Silveria de Cassia, filha de Jose Alves Taveira e de Vicencia Umbelina de Cassia. Teve 11 filhos: Jose Alves Ferreira Mafra, casado em Três Corações em 23 de novembro de 1853 com sua prima Ana Francisca de Paula, menciona acima, filha de Paulo Francisco Mafra e Luciana Ignacia, tendo os filhos João Alves Mafra e Maria do Carmo de Souza, e, após enviuvar, casou-se em 11 de fevereiro de 1872 na mesma capela em Três Corações com Maria do Carmo, também viúva; Maria Victalina de Cassia, casada em Três Corações em 26 de novembro de 1853 com Antonio Jeronimo Machado (mencionados no testamento de Antonio Ferreira Mafra em 1870); Joaquim; Flauzino; Paulina Flauzina Mafra, batizada em Três Corações em 23 de julho de 1843 e no mesmo local casada em 25 de novembro de 1858 com seu primo Paulo Francisco Mafra (filho de Manoel Joaquim Mafra e Magdalena Theodora); Honória; João; Maria; João Ferreira Mafra, batizado em Três Corações em 14 de maio de 1852 e casado em Campanha em 2 de janeiro de 1875 com Umbelina Maria do Carmo; e mais duas filhas de nome Ana, batizadas respectivamente em 1855 e 1857.

- Francisco Ferreira Mafra, batizado em Campanha em 4 de agosto de 1811 e falecido em São Thome das Letras em 9 de fevereiro de 1873, casado com Rita Eufrazia de Jesus e pai de ao menos duas filhas: Anna Francisca de Paula casada com Francisco Gonçalves Valim; Marianna Eufrazia Ferreira Mafra, casada em Três Corações em 6 de julho de 1853 com Antonio Manoel do Nascimento.

- Anna Candida, Candida Vitoria, Candida Bernardina ou simplesmente Candida, mencionada com esses nomes, foi casada com João de Deus Silva. Ao menos um filho foi batizado em Três Corações, João, em 8 de janeiro de 1842.

- Jose.

- Manoel Joaquim Mafra, batizado na Capela do Rio Verde (Três Corações) em 8 de junho de 1817. Em outros documentos aparece como Manoel Ferreira Mafra. Casou-se em Três Corações em 7 de março de 1835 com Magdalena Theodora da Costa, filha de Thome Borges da Costa e de Theodora Nicesia Gomes do Nascimento. Depois de viúvo de Magdalena, casou-se em Três Corações em 16 de julho de 1887 com Anna Maria de Jesus, também viúva. Do primeiro casamento teve ao menos cinco filhos: Vicente Ferreira Mafra, nascido por volta de 1836, casado em Três Corações em 14 de maio de 1853 com Maria Silveria do Nascimento e pai de Jose, Luiz Mafra e Messias (Mécia) Ferreira Mafra, e, segundo o Almanach Sul Mineiro possuía uma olaria em Boa Vista do Cambuquira; Maria, nascida por volta de 1837 e falecida em Três Corações com dez anos em 28 de maio de 1847; Paulo Francisco Mafra, batizado em Três Corações em 2 de setembro de 1838 e casado na mesma localidade em 25 de novembro de 1858 com sua prima Paulina Flauzina Mafra, filha de Joaquim Ferreira Mafra e Rita Silveria, sendo pai de Rita Felicia Mafra, Vicente Ferreira Mafra, Maria, Theresa Honoria Mafra, Missias Mafra, Antonio Paulino Mafra, Emilia Mafra e Ana Ferreira Mafra; Delfina, batizada em Três Corações em 2 de fevereiro de 1840 e Olympia, batizada também em Três Corações em 25 de novembro de 1849.

- Candido, batizado em 30 de dezembro de 1821 na Capela do Rio Verde (Três Corações).

- Um filho natimorto em 11 de julho de 1823, sepultado em Três Corações.


5. Francisco, nascido por volta de 1787 e que morreu ainda criança, pois não é mencionado no testamento do pai em 1793.


6. Joaquim, batizado em São Thome das Letras em 2 de outubro de 1781 e que também morreu ainda criança, pois não é mencionado no testamento do pai em 1793.


7. Francisca Ribeira Mafra, batizada em São Thome das Letras em 12 de fevereiro de 1782. Casada na mesma Capela de São Thome em 11 de setembro de 1809 com Domingos Francisco de Magalhães, batizado em Aiuruoca em 6 janeiro de 1763, filho do português João Francisco de Magalhães e de Escolastica de Albernaz, natural de Nossa Senhora da Piedade (Barbacena). Pais de ao menos 5 filhos: Antonio Francisco Mafra, batizado na Capela dos Santíssimos Corações (Três Corações) em 29 de setembro de 1800 e falecido em Alfenas em 10 de fevereiro de 1855, casado pela 1ª por volta de 1830 com Maria das Dores de Oliveira, natural de Lavras, onde nasceu em 1810 e falecida em Alfenas em 28 de junho de 1841, e pela 2ª vez em Alfenas em 9 de novembro de 1842 com Anna Bernarda Xavier, natural de São Gonçalo do Sapucaí, filha de Antonio Nunes Adorno e de Maria Benedicta Xavier Tolledo, deixando filhos apenas do primeiro casamento (João, Antonia, Antonio, Maria do Carmo de Jezus, Domingos Antonio Mafra, Maria Jozé da Conceição); Anna Francisca Mafra, batizada na Capela de São Thome das Letras em 24 de junho de 1803 e casada com Bento Joze da Silva (pais de Joze Francisco, Maria Joaquina, Anna Francisca, Mariana Francisca, Joaquina e Antonio); Maria, batizada na Capela do Campo Belo (São Bento Abade) em 22 de janeiro de 1804; Joaquim Francisco Mafra, nascido em 1807 e casado com Maria Luzia Antunes, filha de João Antunes da Silva e de Joaquina Pereira, foram pais de Francisco, Francisca Joaquina de Jesus, Maria, Antonio e Joaquim Francisco Maffra; Maria Francisca Mafra, batizada em 3 de setembro de 1809 na Capela de São Thome das Letras e foi casada com Joaquim Severino da Silva; Izabel Maria Mafra, nascida em 1811 e casada com Gabriel Alves Ferreira, e pais de vários filhos, dentre eles Leopoldina Maria de Jezus, residente em Caconde e casada em Alfenas em 1866 com Joze Justino Vieira;


8. João Francisco Mafra, batizado na Capela de São Thome das Letras em 7 de março de 1784, após ter recebido o batismo "sub conditione" em casa. Foi casado duas vezes: por volta de 1802 com Antonia Leocadia Gomes, falecida em 17 de abril de 1804 e sepultada na Capela do Campo Belo (São Bento Abade), na idade de 30 ano tendo como causa da morte o parto. Há um inventário de Antonia Leocadia Gomes no Fórum de Itajubá que pode trazer mais informações sobre sua vida. Do primeiro casamento houve três filhos: Joaquim Francisco Mafra, Joze e uma criança natimorta. O segundo casamento ocorre entre 1805 e 1808 com Ignacia Claudina da Encarnação (ou Ignacia Benedicta / Claudina de São Jozé), filha do Alferes Joze Pereira de Carvalho e Thereza Maria de Mendonça. É considerado um dos fundadores de São Sebastião do Paraíso, por ter doado terras para a formação do município.

- Joaquim Francisco Mafra, batizado 4 de maio de 1803 na Capela de São Thome das Letras. Casou-se em Caldas em 8 de março de 1817 (na idade de 14 para 15 anos) com Mariana Luiza de Siqueira (também chamada de Mariana de Sousa Ramos). Faleceu em São João da Boa Vista em 17 de dezembro de 1846. 

- Joze Mafra, batizado na Capela de São Bento (São Bento Abade) em 14 de agosto de 1803.

- Natimorto em 17 de abril de 1804.

- Anna Inacia Mafra, batizada na capela da Conceição do Porto (Carrancas) em 24 de setembro de 1809. Em 1813 no testamento do avô materno recebeu de herança uma "crioulinha por nome Catharina" e em 1819 no testamento da avó materna recebeu como herança "cinquenta mil réis".

- Maria, batizada na Capela de São Thome das Letras em 30 de novembro de 1810.

- Paulo Francisco Mafra, batizado na mesma Capela de São Thome em 19 de janeiro de 1812. Já era falecido em julho de 1859. Casou-se em Franca (SP) em 14 de julho de 1833 com Francisca Gomes de Freitas, sendo pai de: Francisco Antonio Mafra Subrinho (Sobrinho) batizado em Franca em 5 de julho de 1834 e casado na mesma cidade em 22 de julho de 1859 com Maria Joaquina do Nascimento e com algumas filhas batizadas em São Sebastião do Paraíso (Maria, Anna, Claudina e Ignacia); Antonio, batizado em São Sebastião do Paraíso 4 de julho de 1839; Ignacia Claudina de Jesus, batizada em São Sebastião do Paraíso em 10 de setembro de 1841 e casada por volta de 1873 com Antonio Furtado de Mendonça, e mãe de Emerencianna Claudina de São Joze; Jose, Maria e Emilia, ambos batizados em São Sebastião do Paraíso, respectivamente em 14 de agosto de 1844, 5 de outubro de 1846 e 14 de setembro de 1848. Ainda não consegui confirmar se Nicesio Gomes Mafra seria descendente de Paulo Francisco Mafra e Francisca Gomes de Freitas.

- Rita Claudina de São Jose, nasceu por volta de 1815 em Minas Gerais e faleceu em Ribeirão Preto em 17 de janeiro de 1885. Também é mencionada com o nome de Rita Candida de São Jose em alguns documentos. Casou-se por volta de 1835 (ou antes) com Manoel Francisco Terra (n. 1811, f. São Simão, 1859). Foram pais de: Ignacia Candida de São Jose; Anna Claudina de São Jose (batizada em Cajuru SP, 21 de maio de 1843); Maria Rita de São Jose (batizada em Cajuru SP, 26 de dezembro de 1843); Ubaldina Candida de São Jose (casada em São Simão com Arlindo Jose Nogueira); Manuel, batizado em Cajuru 19 de maio de 1846; Joaquim Mafra Terra casado em São Carlos SP em 5 de fevereiro de 1873 com Marianna Candida de São Jose; João Francisco Terra, falecido em Batatais em 1927; Jose Aurelianno Mafra, casado pela 1ª vez em São Carlos em 26 de novembro de 1875 com Umbelina Candida de São Jose e a 2ª vez com Ernestina de Oliveira, sendo pai de Jonna, Balduina, Maria, Carlos e Mathildes de Oliveira Mafra, batizados em São Carlos; Jose de Carvalho Terra e Candida Maria de São Jose, batizada em Cajuru em 17 de outubro de 1846 e casada em Ribeirão Preto em 1 de março de 1870 com seu primo Jose Francisco Mafra (filho de Jose Venancio de Carvalho Mafra);

- Jose Venancio de Carvalho Mafra, nasceu por volta de 1817 em Minas Gerais e faleceu em antes de dezembro de 1869. Casado com Anna Leopoldina de Arantes, falecida em São Sebastião do Paraíso em 29 de dezembro de 1869, sendo já viúva. Foram pais de: Jose Francisco Mafra, nascido em São Sebastião do Paraíso por volta de 1850 e casado em Ribeirão Preto em 1 de março de 1870 com sua prima Candida Maria de São Jose, batizada em Cajuru em 17 de outubro de 1846, filha de Rita Claudina de São Jose e Manoel Francisco Mafra (citados acima); Maria, Virginia, Urias Mafra e Ignacia, todos batizados em São Sebastião do Paraíso, respectivamente em 2 de janeiro de 1852, 24 de abril de 1859, 29 de junho de 1862 (e Ignacia nascida em 16 de setembro de 1865); João Francisco Mafra, batizado também em São Sebastião do Paraíso em 7 de abril de 1857 e casado na mesma cidade em 19 de novembro de 1879 com Maria das Dores de Mello;

- Antonio, nasceu por volta de 1818 e faleceu em 23 de fevereiro de 1821 , na idade de dois anos, sendo sepultado na Capela de Carrancas.

- Domingos Ferreira Mafra, nasceu por volta de 1820 e faleceu em 1852. Foi casado com Ubaldina Candida de São Joze, batizada em Nepomuceno em 4 de setembro de 1825, filha de Antonio Caetano de Villas Boas e Maria Luiza de São Joze Mendonça. Foram pais de: Francisco, batizado em Nepomuceno em 28 de janeiro de 1848 e que faleceu na mesma localidade em 28 de outubro de 1850; Jose Venancio Mafra, batizado em Nepomuceno em 28 de novembro de 1849 e casado em Muzambinho em 15 de julho de 1871 com Ubaldina Candida de São Jose, sendo pais de Ernestina Venancio Mafra, Leonor Carolina da Silva, Maria, Antonio Jose Venancio, Arminda, Ubaldina Candida de São Jose, Jose Venancio de Villas Boas e Domingos Jose Venancio Mafra (este falecido em São Sebastião da Grama em 1975) e os demais filhos batizados em São Simão, São Sebastião do Paraíso e São Tomás de Aquino; Maria, batizada em Nepomuceno em 28 de setembro de 1851 e que faleceu em São Sebastião do Paraíso em 8 de janeiro de 1854, com dois anos de idade.

- Marianna Candida de São Jose, nasceu por volta de 1823 e casou por volta de 1844 com Joaquim Flávio Terra. Dos vários filhos de Mariana com Joaquim, encontramos Innocencia Constancia de São Jose, batizada em Cajuru aos 11 de abril de 1858 e casada em São Carlos SP em 31 de julho de 1882 com seu primo João Francisco Mafra Primo, natural de Casa Branca e filho de Manoel Francisco Mafra e Ubaldina Candida Monteiro.

- Manoel Francisco Mafra, nasceu por volta de 1825 e já estava casado em 1846 com Ubaldina Candida Monteiro, filha de Jose Venancio de Villas Boas e Maria Balbina Monteiro. Ubaldina nasceu por volta de 1830 e faleceu em Tambaú em 14 de junho de 1902. Manoel Francisco Mafra e Ubaldina Candida Monteiro foram pais de: Jose Mafra, vivo em 1902; João Francisco Mafra Primo, natural de Casa Branca onde nasceu por volta de 1858 e que se casou em 31 de julho de 1882 em São Carlos com sua prima Innocencia Constancia de São Jose (citada acima) e pai de Mariano Primo, Joaquim, Sebastião de Carvalho Mafra, Ubaldina e Lazaro Mafra, batizados em Santa Rita do Passa Quatro e São Carlos; Maria Balbina de São Jose, casada pela 1ª vez em Santa Rita do Passa Quatro em 21 de janeiro de 1878 com Antonio Marques de Queiroz (falecido em Sta Rita do Passa Quatro em 21 de fevereiro de 1880) e pela 2ª vez por volta de 1881 com seu primo Francisco Antonio Mafra (filho de João Francisco Mafra e Maria Constança das Dores, citados acima); Manoel, batizado em Casa Branca em 26 de julho de 1860, com três meses de vida; Francisco Antonio Mafra, batizado em Casa Branca, em 18 de maio de 1862 e que se casou em São Carlos 1 de outubro de 1887 com Leonor Candida; Antonio Aurelianno Mafra, batizado em Casa Branca 25 de setembro de 1864 e casado com Anna Luiza Ramos, sendo pais de Antonio, Lazara e João Batista Mafra; Maximiano, Henriqueta, Rita e Ignacia, batizados em Casa Branca, respectivamente em 20 de maio de 1866, 12 de abril de 1868 (batizado duplo de Henriqueta e Rita) e 3 de fevereiro de 1870; pais também de Marianna, que foi batizada em Casa Branca 7 de janeiro de 1871 e faleceu em Santa Rita do Passa Quatro com 5 anos, em 17 de abril de 1877.

- Francisco Antonio Mafra, nasceu por volta de 1830. Foi casado com Marianna Inocencia de Figueiredo, sepultada na Matriz de Batatais em 26 de setembro de 1857, tendo falecido na idade de 30 anos de um parto mal sucedido. Marianna Inocencia foi filha de Mateus Justino Garcia de Figueiredo e Mariana Inocencia de Figueiredo. Francisco Antonio Mafra foi o fundador da Capela do Cuscuzeiro, em Santo Antonio da Alegria. Proprietário de uma fazenda na região entre Batatais e Santo Antonio da Alegria onde criava gado. Em 1874 constava como eleitor na listagem de São Sebastião do Paraíso. A única referência de um descendente de Francisco Antonio Mafra é a de um filho natimorto no parto que matou sua esposa Marianna Inocencia.

- Luis Francisco Mafra, batizado em São Sebastião do Paraíso em 28 de agosto de 1832, sendo o último filho conhecido de João Francisco Mafra e Ignacia Claudina da Encarnação. Casou em São Sebastião do Paraíso, em 7 de fevereiro de 1853 com sua cunhada Ubaldina Candida de São Jose, nascida em Nepomuceno, 1825 e viúva de Domingos Francisco Mafra (irmão mais velho de Luis Francisco). Não encontrei descendentes desse casamento.


Descendência comprovada por meio de registros anexados em "Fontes" na árvore do Family Search, a começar em Paulo Francisco Mafra (ID: K48T-9X5). Há outros ramos que ainda precisam ser pesquisados.

sábado, 30 de janeiro de 2021

Mato das Antas (Bueno Brandão) - a família de Manoel Ferreira de Mello e Apollonia Leme Correa

Manoel Ferreira de Mello era taubateano, nasceu por volta de 1707 (ano estimado). Existe uma família Ferreira de Mello em Taubaté de fins do século XVII e início do XVIII, mas não pude estabelecer nenhuma conexão devido a falta de documentos que informem a filiação de Manoel. Já na década de 1730 residia próximo de Conceição da Barra, uma capela filial da Igreja Matriz de São João del Rei, onde aparece casado com Leonor Moreira do Prado batizando dois filhos: Gertrudes em 11 de outubro de 1737 e Francisco em 22 de fevereiro de 1739. Em 1748 residia com esposa e filhos em Campanha, onde foi batizado em setembro daquele ano uma criança de nome Miguel, filho natural de Ventureza Carijó, natural de Taubaté. A madrinha foi Leonor Moreira do Prado, a esposa de Manoel Ferreira de Mello. No ano seguinte, em 20 de abril (de 1749) foi batizado Joaquim, o terceiro filho de Manoel e Leonor de que encontrei registro.

Em 4 de junho de 1752 faleceu Escolastica Carijó, viúva de Mathias Carijó, de idade de 50 anos e que era "administrada" de Manoel Ferreira de Mello. Por este fato, sei que a família de Manoel possuía indígenas para servi-los. A partir de 1753 e até o fim dessa década são batizados em Campanha filhas de Manoel Ferreira de Mello com sua segunda esposa, sendo a morte Leonor Moreira do Prado situada entre 1749 e 1752.

A segunda esposa de Manoel Ferreira de Mello foi Apollonia Leme Correa, que também é mencionada em outros registros como Apollonia de Siqueira Leme. Apollonia nasceu em Guaratinguetá, onde foi batizada em 26 de fevereiro de 1726 e era filha de Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Arruda (de Arruda Cabral ou Izabel de Miranda). Encontrei a família de Apollonia e de outras irmãs nos catálogos do Family Search, sendo que eram parte da descendência desconhecida desse Salvador Moreira de Castilho, que inclusive ocupou o posto de juiz e capitão em Taubaté e foi mencionado algumas vezes como Sargento Mor. Incluí informações sobre esses descendentes de Salvador Moreira de Castilho nessa postagem: A descendência de Salvador Moreira de Castilho).

Salvador migrou após 1735 de Taubaté-Guaratinguetá para a região da capitania de Minas, onde casou a partir de 1736 filhas em Barbacena, onde residiram. Três filhas casaram-se com três irmãos portugueses de sobrenome Bitencourt e deixaram vários descendentes. Parte dos filhos de Salvador ficaram na região de Taubaté e Guaratinguetá. Na década de 1750, Salvador com a esposa Izabel e alguns filhos estabeleceram residência próxima de Campanha. Salvador acabou falecendo em Lambari, em 31 de agosto de 1757 como "pobre". Nesse ano, a filha Apollonia já era a esposa de Manoel Ferreira de Mello, residindo nessa localidade até 1759, quando a filha Brígida é a última a ser batizada na Igreja Matriz de Campanha. Na década de 1760 a família deslocou-se ao sul da capitania, seguindo o novo fluxo migratório que abandonava a região aurífera (em decadência) e buscavam por terras para lavouras e criação de animais cada vez mais ao sul da capitania. Nos registros paroquiais de Ouro Fino há várias menções à família de Manoel Ferreira de Mello e Apollonia Leme Correa desde 1777 como moradores no "Mato das Antas" ou "Bairro das Antas". Essa localidade das Antas era atendida espiritualmente pela Matriz de São Francisco de Paula de Ouro Fino até a construção de sua capela por volta de 1820-1840, recebendo novas denominações, como Campo Místico, até 1938, quando passou a ser Bueno Brandão.

Portanto, a família de Manoel Ferreira de Mello e Apollonia Leme Correa pode ser considerada como uma das primeiras habitantes de Bueno Brandão, quando o local não passava de um pequeno povoado com o nome de "Mato das Antas". Por dois registros, presumo que a família fosse pobre: no óbito de Manoel, consta que ele não deixou testamento por ser miserável e no testamento de Pedro Dias Pereira, o mesmo deixa um pequeno dote para a filha solteira de Manoel e Apollonia. Interessante pontuar que uma das netas foi esposa de Patrício José Joaquim de Miranda (que trouxe uma imagem de madeira do século XVII do Senhor Bom Jesus para a capela construída a partir de 1720).

Eis a família de Manoel e Apollonia:

Manoel Ferreira de Mello, natural de Taubaté (embora um único registro divirja e indique ser natural de São João del Rei, e outro indique Aiuruoca, o mais provável é que fosse taubateano, como atestam todos os demais registros), casado com Leonor Moreira do Prado (falecida por 1752). Manoel faleceu no em 28 de dezembro de 1787, na idade de 80 anos, sendo morador no "bairro das Antas" e "não fez testamento por ser miserável". Foi sepultado no adro da Matriz de Ouro Fino no dia seguinte. O registro do óbito apresenta o ano como sendo 1788, porém, foi um erro do pároco. É possível perceber na sequência das páginas do livro de óbitos que os meses anteriores são de 1787 e em seguida passam para janeiro de 1788. Não descobri sua ascendência, embora tenha identificado uma família Ferra de Mello natural de Taubaté e residentes também em São João del Rei.

Foi casado pela segunda vez com Apollonia Leme Correa (ou Apollonia de Siqueira Leme), batizada em Guaratinguetá em 26 de fevereiro de 1726, filha de Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Arruda (Izabel de Miranda) e falecida em 24 de outubro de 1803 e sepultada na Matriz de Ouro Fino.

Filhos:

1. Antonia, batizada em Campanha em 24 de abril de 1753. 

2. Rita Maria Antonia de Castilho, batizada em Campanha em 9 de junho de 1754. Faleceu em 10 de novembro de 1793 no bairro das Antas e foi sepultada na Matriz de Ouro Fino. Foi casada com Joaquim Alves Antunes, que, depois de viúvo, casou-se em Campanha 12 de julho de 1800 com Maria Antonia da Cruz. Observação: é provável que o nome de Rita fosse apenas Rita Maria (ou Rita Maria de Castilho). A Inclusão do nome Antonia aparece no registro do segundo casamento de Joaquim Alves Antunes, cuja nova esposa tinha o nome de Maria Antonia.

3. Escolastica Maria de Castilho, batizada em Campanha em 15 de fevereiro de 1757. Casada na Matriz de Ouro Fino em 30 de julho de 1780 com Florianno da Silva, natural de Atibaia e filho de Angelo e Antonia da Silva.

4. Brigida Ferreira de Mello, batizada em Campanha em 26 de julho de 1759. Faleceu no Bairro de Mogy, na freguesia de Ouro Fino em 15 de setembro de 1814. Casada em 1774 (processo de dispensa no arquivo da diocese de Pouso Alegre) com Joze Manoel de Andrade, natural de Mogi Guaçu, filho de Francisco da Costa Leme e Roza Ribeyra do Prado. Deixaram vários descendentes em Outro Fino, Caldas, São João da Boa Vista e Casa Branca. Em duas postagens apresento sobre a família de Joze Manoel de Andrade e seus descendentes: De Costa Leme para Andrade: um pulo! e Genealogia e trajetória da família Andrade (1752-1902)

5. Ignacio Alves Ferreira, nasceu provavelmente no bairro das Antas, uma vez que depois de Brigida, não encontramos mais registros de batizados de filhos de Manoel e Apollonia em Campanha. Ele é citado como testemunha no casamento de sua irmã Anna Moreira de Castilho, no casamento de Bento Manuel e Maria Joaquina do Espírito Santo e como padrinho juntamente com sua mãe Apollonia no batizado de João, filho de Ignacio Pereira Cardoso e Anna Maria de Morais, respectivamente em 1777, 1783 e 1797, todos na Matriz de Ouro Fino. Não identifiquei esposa ou filhos de Ignacio.

6. Manoel Ferreira de Mello (homônimo de seu pai). Natural de Ouro Fino, aprox. 1761, provavelmente nasceu no bairro das Antas. Foi casado com Maria Joaquina da Conceipção. Foram pais de: Anna, batizada na Matriz de Ouro Fino em 25 de setembro de 1791; Candido Ferreira de Mello, nasceu no bairro Boa Vereda, batizada na Matriz de Ouro Fino em 22 de setembro de 1793, onde também se casou em 19 de novembro de 1819 com sua prima Joanna Roza de Jesus e pais de Francisca, nascida em Ouro Fino 27 de junho de 1818; Antonio, batizado em Ouro Fino em 26 de julho de 1795; Joze Ferreira de Andrade, batizado em Ouro Fino em 12 de abril de 1801 e casado em Bragança Paulista em 11 de dezembro de 1821 com Caterina Pires Cardozo; Lucianno Ferreira de Andrade, batizado em Ouro Fino em 27 de dezembro de 1803, casado em Caldas em 10 de abril de 1826 com Anna Ignacia de São Joze e com ao menos cinco filhos nascidos e batizados também em Caldas, dentre eles Maria Luciana de Jesus, que foi batizada em 15 de maio de 1836 e se casou em São João da Boa Vista em 2 de fevereiro de 1847 com João Theodoro de Oliveira; Ignacio, que nasceu no bairro das Antas em 9 de novembro de 1807 e foi batizado na Matriz de Ouro Fino em 9 de dezembro de 1807; Francisco de Paula Mathosinhos, natural de Ouro Fino, casado em Bragança Paulista em 16 de outubro de 1821 com Izabel Maria de Jesus, tendo dois filhos batizados em Bragança Paulista: Eliodoro Alves de Oliveira e Maria Joaquina.

7. Anna Moreira de Castilho, não pude identificar a data do nascimento, mas é provável que seja na década de 1760. O registro de seu casamento diz que era natural de Campanha e o último filho que localizei, nasceu ao redor de 1811. Recuando a idade fértil de Anna, poderia ela ter nascido entre 1764 e 1765, data combinada com a idade mínima que deveria ter ao se casar em 4 de fevereiro de 1777 com Antonio Gonçalves da Cruz, em Ouro Fino. Antonio era natural de Santana da Parnaíba e filho de Manoel Gonçalves da Cruz e de Escolastica Pedroso Ribeiro. Faleceu com 35 anos "mais ou menos" em 10 de setembro de 1784. Desse casamento encontrei a filha Anna de Castilho (nasceu por 1780) e que foi madrinha em 26 de julho de 1795 no batizado de Antonio, citado acima, filho de Manoel Ferreira de Mello e Maria Joaquina da Conceipção; em 18 de junho de 1797, Anna também foi madrinha em um batizado. Anna Moreira de Castilho casou-se novamente em 1794, com Januário Alves Antunes, filho de João Rodrigues Antunes e Pascoa Maria da Conceição. Anna Moreira de Castilho e Januário Alves Antunes foram pais de: Izabel Moreira, batizada em Ouro Fino em 8 de março de 1796, onde se casou em 21 de junho de 1810 com Marianno de Britto; Ritta, nasceu no Mato das Antas em 27 de maio de 1798 e batizada na Matriz de Ouro Fino em 21 de julho de 1798; João Moreira, nasceu por 1800 e faleceu em 28 de maio de 1828 no bairro das Antas, sepultado no cemitério das Antas; Francisco, batizado em 4 de junho de 1804, em Ouro Fino; Joze, nasceu em 12 de novembro de 1811 e foi batizado em Ouro Fino em 12 de janeiro de 1812.

8. Leonor Ferreira de Castilho, nasceu por volta de 1765, natural de Ouro Fino, portanto, provavelmente os pais já residiam no Mato das Antas, faleceu em 18 de julho de 1818, em Bueno Brandão, sendo sepultada no cemitério dos ciganos. Leonor Ferreira de Castilho é mencionada em outros registro como Leonor Ferreira de Mello e Leonor da Costa, sendo que o nome tem a variação de Eleonor em alguns registros. Casada na Matriz de Ouro Fino em 19 de dezembro de 1781 com Jose Alves Antunes, irmão de Januário Alves Antunes citado acima como segundo marido de Anna Moreira de Castilho. Filhos: Anna Jacinta da Conceição, batizada na Matriz de Ouro Fino em 13 de maio de 1790 e casada em 1807 com Patricio Joze Joaquim (Patrício Jose Joaquim de Miranda), sendo que ainda não localizei descendentes deste casamento; Joze, batizado na Matriz de Ouro Fino em 22 de outubro de 1793, sendo moradores nas "Antas"; Joanna Roza de Jesus, nascida nas Antas e batizada em 7 de dezembro de 1795 na Matriz de Ouro Fino, onde também se casou em 19 de novembro de 1817 com seu primo Candido Ferreira de Mello, citado acimo, filho de Manoel Ferreira de Mello (Filho) e Maria Joaquina da Conceipção; Maria, batizada na mesma matriz que os irmãos em 31 de maio de 1803.

9. Luiza Maria da Conceição, nasceu em 1766, em Ouro Fino, provavelmente no bairro das Antas. Pedro Dias Pereira, falecido em Ouro Fino em 15 de março de 1789, deixou em testamento feito em 12 de junho de 1788 a quantia de "vinte oitavos" para "Luzia filha de Manuel Ferreira de Mello ja defunto". Dado o fato de que Manoel Ferreira de Mello faleceu como miserável em dezembro de 1787, Pedro Dias Pereira deixou essa quantia para Luzia, ainda solteira, como uma espécie de dote. Luzia Maria da Conceição casou-se por 1789 com Antonio Nunes de Carvalho e faleceu na idade de 25 anos, no bairro das Antas em 30 de agosto de 1791, sendo sepultada no dia seguinte na Matriz de Ouro Fino. É provável também, que Luzia tenha falecido de complicações após o parto. Encontrei apenas uma única filha de Luzia com Antonio Nunes de Carvalho: Ignacia Maria da Conceição, nascida em 10 de agosto de 1791 e batizada no dia 20 seguinte, pouco antes da mãe falecer. Ignacia casou-se em Caldas em 3 de novembro de 1817 com Antonio Joze da Silva.


Pesquisa de Samuel Cassiano - historiador.

domingo, 6 de dezembro de 2020

De Andrade para Costa Leme: um pulo!

Por um ano fiquei "travado" na parte dos Andrade de minha ascendência. Já escrevi sobre os Andrade mineiros de Ouro Fino e Caldas que migraram para cidades da vizinha província de São Paulo Genealogia e trajetória da família Andrade (1752-1902), porém, não conseguia descobrir a ascendência do primeiro desses Andrade: Joze Manoel de Andrade (1752-1809). Apesar dos filhos de Joze Manoel e sua esposa Brizida Ferreira de Mello serem batizados na Igreja Matriz de São Francisco de Paula do Oiro Fino ao longo da década de 1790, identifiquei outros filhos nascidos na década anterior, a exemplo da filha Anna, que faleceu em 3 de abril de 1800 na idade de "13 para 14 anos", e, portanto, nascida por volta de 1786. Infelizmente o primeiro livro de matrimônio e de batizados de Ouro Fino não existe mais. Cheguei a enviar um e-mail para a paróquia de São Francisco de Paula e a resposta dada foi que o livro não existe. 

A primeira igreja de Ouro Fino foi levantada entre 1749 e 1752 e enquanto o primeiro livro de batizados é datado a partir de 1790, o de matrimônios abrange um período de 1777 à 1785 e depois desde 1809 sem interrupções. Foi no livro de 1777-1785 que encontrei o casamento de três irmãs de Brizida com informações até dos avós, o que me auxiliou a descobrir a ascendência de Brizida - e também a descobrir um título perdido da obra de Pedro Taques. Em um desses casamentos, Joze Manoel de Andrade figurava como testemunha. Porém, nenhum documento apresentava a sua naturalidade e filiação...

Após um ano "parado" com os Andrade, fiz uma sondagem nos processos de dispensa matrimoniais da diocese de Pouso Alegre: a paróquia de São Francisco de Paula do Oiro Fino pertencia a diocese de Pouso Alegre. Eis que lá encontro a referência ao processo de dispensa matrimonial de Joze Manoel de Andrade e Brizida Ferreira de Mello no ano de 1774. Com essa nova fonte, novas informações emergiram: além dos dados de Brizida - que já conhecia - apareceram as informações sobre a naturalidade e a filiação de Joze Manoel: natural e batizado em "Mogi Guassu", filho de Francisco da Costa Leme e Roza Silveira do Prado! O processo feito na freguesia de Ouro Fino, indicava por meio das testemunhas que não havia impedimento algum para o casamento. Fora essas informações, o documento está bastante danificado.

Fui pesquisar primeiramente no livro de matrimônios de Mogi Guaçu, lendo a versão datilografada (cópia feita na década de 1970). Nesse livro encontrei em 26 de novembro de 1739 o casamento de Francisco Leme da Costa e Sara Ribeira "(ou Clara)". O registro estava com alguns pontilhados, indicando que a página deveria estar danificada e impedindo a sua leitura, assim como a grafia poderia ser um pouco de difícil compreensão, já que o copista ao escrever Sara indicou a possibilidade do nome ser outro similar. Deixei o registro separado, uma vez que foi o nome que mais se aproximou de quem estava procurando: enquanto eu procurava um Francisco da Costa Leme, este era Francisco Leme da Costa. Este registro ainda complementava as filiações e naturalidades: o Francisco era natural de "minas do Goiás" e filho de Manoel da Costa Leme; a "Sara" era natural de São Paulo e filha de Manoel João Ribeiro e Teresa de Jesus". No livro todo era o único com o sobrenome composto que procurava (mesmo que com a ordem invertida).

Busquei por essa família no Maço de População de Mogi Guaçu, mas não encontrei... busquei no Maço de População da vizinha Mogi Mirim no ano de 1767 e encontrei o tal Francisco da Costa Leme com uma esposa Roza e filhos... dentre eles um adolescente de nome Joze (nada mais e nada menos do que o Joze Manoel de Andrade) e este Francisco sim, com o sobrenome na ordem correta que eu procurava, além de uma esposa de nome Roza! O Family Search auxiliou indicando uma família "da Costa Leme" em Mogi Mirim nos registros indexados por voluntários. Os batizados - feitos em Mogi Mirim - de 1753 até 1761 apresentaram nomes de filhos que apareciam no Maço de 1767, bem como as idades correspondentes, o que acabou por confirmar a identidade dessa família e comprovar que eles eram os antepassados que eu procurava.

Outros dois documentos ajudaram nessa comprovação - tão importante para mim: os batizados de Gonçalo e Vicente, filhos de Francisco da Costa Leme e Roza Ribeyra. Esses dois batizados são importantes, pois registravam as naturalidades dos pais, bem como o nome e naturalidade dos avós. Enquanto Francisco da Costa Leme era natural da vila de Pitanguy (atual Pitangui - MG) e era filho do taubateano Manoel da Costa Leme e Anna de Torres (de Mogi das Cruzes), a Roza Ribeyra (ou, Ribeira!) era natural de Piedade, bispado de São Paulo e filha de Manoel João Ribeiro (de Mogi das Cruzes) e Thereza de Jesus (de Jacareí). Os nomes dos pais de Francisco e Roza permitiram identificar que a tal Sara casada com o Francisco de sobrenome invertido em Mogi Guaçu em 1739 era na verdade Roza Ribeyra. Acredito que devido o livro estar danificado e grafias quase incompreensíveis, o copista que transcreveu no livro na década de 1970 acabou por ler "Roza" como "Sara (ou Clara)". Não restou dúvida alguma de a Sara era na verdade Roza. Todos os demais dados  (pais, marido, sogros e respectivas naturaldiades) confirmavam a sua identidade da Roza-Sara.

E mais um documento ajudou a terminar essa parte do quebra-cabeça: a informação inicial era de uma Roza Silveira do Prado, enquanto que eu estava com uma Roza Ribeyra. Todavia, o batizado de uma neta de Francisco e Roza desfez essa pequena confusão nos sobrenomes. No Maço de População de Mogi Mirim de 1767, além da família de Francisco da Costa Leme, encontrei registrada a família de Antonio da Costa Leme. Sobrenome interessante: anotei. Teria algum parentesco? Esse Antonio tinha 25 anos, vivia de suas lavouras, estava casado com Catharina Portes (então com 15 anos) e tinha dois filhos, Joze e Maria, ainda bebês. No livro de batizado de Mogi Mirim, no mesmo em que encontrei de 1753 até 1761 os filhos de Francisco da Costa Leme e Roza Ribeyra, encontrei em 3 de março de 1765 o batizado da bebezinha Maria, a filha de Antonio e Catharina que também aparecia no Maço de População. A mãe Catharina Portes era natural de Mogi Guaçu e era filha de Manuel Fernandes Preto (natural de Mogi das Cruzes) e Jozepha de Almeyda (natural de Sorocaba) - obs, o sobrenome Portes vem de uma avó, também chamada Catharina Portes del-Rei; e o pai da pequena Maria, o Antonio da Costa Leme, também natural de Mogi Guaçu e filho de Francisco da Costa Leme (natural de Pitangui) e Roza Ribeiro do Prado (natural de Piedade).

No batizado dessa Maria, Roza - a avó paterna da menina - apareceu pela segunda vez (para mim) com o sobrenome Prado. A segunda vez? Sim! No processo de dispensa matrimonial de Joze Manoel de Andrade em 1774, constava a mãe como "Roza Silveira do Prado", nome este que foi lido e interpretado da grafia que constava no documento. Não resta dúvida que aquele "Silveira" esgarranchado no processo era na verdade Ribeira, e que, a primeira vista, foi lida e entendida como Silveira... e eis que o genealogista também deve possuir bons conhecimentos sobre paleografia para compreender na "íntegra" esses registros antigos e ler corretamente a grafia evitando essas pequenas confusões.

Ainda ressalto que, casados em Mogi Guaçu, os primeiros filhos de Francisco e Roza nasceram e foram batizados lá mesmo, como é o caso dos filhos Antonio da Costa Leme e Joze Manoel de Andrade, e os demais filhos nascidos a partir de 1753 foram batizados na vizinha Mogi Mirim, para onde a família provavelmente passou a residir - e onde foi "recenseada" em 1767.

Um detalhe que ainda merece - e muito - ser compartilhado: há mais de um ano eu já havia pesquisado o livro de matrimônios de Mogi Guaçu, e já havia passado pelo casamento de Francisco e de "Sara" (Roza!). Na época, um dos sobrenomes que eu procurava era justamente o "Andrade" (qualquer nome que pudesse ser relacionado com Joze Manoel de Andrade). Costume da época: filhos que herdavam nomes de avós, padrinhos, ... ainda resta saber, de onde vem o Andrade que Joze Manoel passou a usar? Pais e avós já foram descobertos e em breve será possível rastrear a origem do Andrade. Por hora, é preciso avançar na árvore dos Costa Leme e dos Ribeiro do Prado.


* Atualização 30/01/2021: descobri que parte desta família é citada na obra Genealogia Paulista de Silva Leme.

________________

Eis a família:

Manoel da Costa Leme, natural de Taubaté, casado com Ana de Torres Alvarenga e "moradores que foram na Vila de Pitangui", são pais de Francisco da Costa Leme. Obs: Anna de Torres é assim mencionada nos batizados dos netos Gonçalo e Vicente (filhos de Francisco da Costa Leme com Roza Ribeyra do Prado) e Anna de Torres Alvarenga no Genealogia Paulistana. Anna é natural de Mogi das Cruzes, onde inclusive há uma família Torres de Alvarenga, mas ainda não descobri conexões.

Manoel João Ribeiro, natural de Mogi das Cruzes, casado com Thereza de Jesus, natural de Jacareí, são os pais de Roza Ribeyra do Prado.

Francisco da Costa Leme, nascido em Pitangui em 1720 (aprox.) casado em Mogi Guaçu aos 26 de novembro de 1739 com Roza Ribeyra do Prado (natural de Piedade - possivelmente Lorena) são os pais de:

1. Antonio da Costa Leme, n. Mogi Guaçu em 1742, casado com Catharina Portes e pai de Joze e Maria, sendo esta batizada em Mogi Mirim em 3 de março de 1765).

2. Anna do Prado de Quebedos, n. Mogi Guaçu em 1744 (aprox.), casada com Domingos Pires, filho de Paulo Pires Barbosa e de Anna Fernandes. Citados no Genealogia Paulistana. Filhos: Francisco, batizado em Mogi Mirim em 23 de dezembro de 1763, João Batista Pires (aprox. 1770) casado em Mogi Mirim por 1792 com Eufrazia Maria de Siqueira, e Domingos da Rocha Barbosa (aprox. 1771) casado em Mogi Mirim por 1789 com Maria de Sousa Leme.

3. João Leme, n. Mogi Guaçu em 1747 (aprox.).

4. Maria, n. Mogi Guaçu em 1750 (aprox.).

5. Joze Manoel de Andrade, n. Mogi Guaçu em 1751 (aprox.) casado em Ouro Fino no ano de 1774 com Brizida Ferreira de Mello... cuja descendência já registrei em uma postagem - ver o primeiro link desse texto sobre os Andrade).

6. Isabel, batizada em Mogi Mirim em 24 de fevereiro de 1753.

7. Barbara, batizada em Mogi Mirim em 15 de outubro de 1754.

8. Francisco da Costa Leme, batizado em Mogi Mirim em 8 de setembro de 1756, casado com Rosa Rodrigues do Prado e pai de ao menos um filhos: Miguel, batizado em Mogi Mirim em 25 de outubro de 1797.

9. Gonçalo, nascido em Mogi Mirim em 18 de março de 1759 e sendo batizado no dia 15 seguinte.

10. Vicente, nascido em Mogi Mirim em 15 de fevereiro de 1761 e sendo batizado no dia 18 seguinte. 

11. Ignacio Francisco de Alvarenga, aprox 1764 em Mogi Mirim, onde se casou em 1786 com Ignacia Maria de Siqueira, citados no Genealogia Paulistana. Essa Ignacia Maria de Siqueira é irmã de Eufrazia Maria de Siqueira, mencionada acima como esposa de João Batista Pires, filho de Anna de Quebedos (irmã mais velha de Ignacio Francisco de Alvarenga).

Todos os registros utilizados nessa pesquisa genealógica, como Maços de População, matrimônios e batizados, foram transcritos e anexados na árvore do Family Search e estão disponíveis para consulta. No Genealogia Paulista ver, p. 377 do volume II: http://www.arvore.net.br/Paulistana/Lemes_4.htm 

Pesquisa de Samuel Cassiano - historiador.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Sinhá Traficante

Tereza de Jesus Maria, sinhá e traficante na Bahia setecentista... entre 1745 (quando ficou viúva do traficante português Manoel Fernandes da Costa) até 1751 administrou os negócios da família: era a proprietária de dois navios que possuíam licença do rei de Portugal para participar do tráfico negreiro.

Em 6 anos em que foi a administradora, foram empreendidas 6 viagens de seus navios pelo trajeto Costa da Mina-Bahia, quase uma por ano.

Sob os auspícios da sinhazinha Teresa
de Jesus, nesses seis anos foram embarcados na Costa da Mina, na África 2488
pessoas negras, das quais, 307 morreram durante a travessia. Os sobreviventes
que desembarcaram abasteceram o mercado baiano de escravos. (datas das viagens
e números relativos aos embarcados e desembarcados: https://www.slavevoyages.org/voyage/database )

Das 339 pessoas que desembarcaram na Bahia em junho de 1746 (primeira travessia dos navios sob direção da sinhá-traficante), Tereza de Jesus levou em 7 de agosto três para serem batizados na Igreja da Conceição da Praia, todos adultos e da "Costa da Mina" (batismo no Family Search: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-8L9T-P7?i=106&wc=M7ZB-R6D%3A369568701%2C370114901%2C370270101&cc=2177272 )

Em junho de 1751, na relação de empresas que poderiam realizar o comércio de escravos na rota Costa da Mina-Bahia, dos 23 traficantes, apenas Teodozio Rodrigues e Tereza de Jesus obtiveram a permissão para armar dois navios. Depois dessa data o nome de Tereza de Jesus deixa de constar nos documentos, que passam a citar Manoel Fernandes da Costa (o filho). Uma filha Luiza Tereza de Sant'Anna foi casada com João Lopes Fiúza de Barretto, cuja família também era traficante de escravos.


Outras fontes sobre Tereza de Jesus Maria:

Souza, Cândido Eugênio Domingues de S729 “Perseguidores da espécie humana”: capitães negreiros da Cidade da Bahia na primeira metade do século XVIII / Cândido Eugênio Domingues de Souza. – Salvador, 2011. https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/11115/1/%e2%80%9cPerseguidores%20da%20esp%c3%a9cie%20humana%e2%80%9d%2c%20UFBA%202011.pdf

RIBEIRO, Alexandre Vieira. O tráfico atlântico de escravos e a praça mercantil de Salvador (c. 1678 – c. 1830) / Alexandre Vieira Ribeiro. Rio de Janeiro: UFRJ, PPGHIS, 2005.  http://objdig.ufrj.br/34/teses/656976.pdf

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Os vários Mafra - mas nem tanto: Francisca Mafra de Jesus.

Pesquisando a família Mafra de Minas Gerais, havia identificado duas famílias distantes. Uma delas, parcialmente pesquisada: a de Paulo Francisco Mafra, na região de Lavras e que se multiplicou em vários descendentes pelo sul de MG e cidades de SP. Alguns dados já haviam sido pesquisados por outros genealogistas e estavam em sites. Descobri vários outros descendentes e fui acrescentando na árvore do Family Search. Enquanto pesquisava os microfilmes de Caldas, separei todos as pessoas de sobrenome Mafra que encontrava e ia estabelecendo conexões entre os demais. Uma não se encaixava: Francisca Mafra de Jesus.

Francisca era casada com Joaquim Domingues do Prado e seu nome aparecia nos livros de batizados e de óbitos de Caldas, tendo inclusive uma morte bem triste. Pela idade ao falecer em 1826 (com "trinta anos, pouco mais ou menos"), estimei que o ano do seu nascimento fosse 1795. Nenhum dos dados indicava sua filiação ou naturalidade. Também não constava ter sido casada em Caldas. No batizado do filho Joaquim em 1815, veio a pista: o padrinho foi Joze Domingues do Prado (um irmão, primo, parente? ...). Esse Joze, bem como duas irmãs, eram filhos de Joze Domingues do Prado e Angela Moreira de Jesus, ambos naturais de Santana do Sapucaí (atual Silvanópolis) e que encontrei casando em Caldas entre 1812 e 1824. Fui pesquisar os registros de Santana do Sapucaí, imaginando que pudesse encontrar algo sobre Joaquim Domingues do Prado e sua esposa Mafra - que era o que me interessava.

A pista e o provável parentesco entre Joaquim e o padrinho Joze foram positivas: encontrei o registro de casamento de Joaquim e Francisca em Santana do Sapucaí. A partir desse registro identifiquei que Joaquim era irmão do Joze (o padrinho), sendo mais um dos muitos filhos de Joze Domingues do Prado e Angela Moreira de Jesus. O casamento foi celebrado na Igreja Matriz de Santana do Sapucaí em 27 de outubro de 1805. Porém, quando comecei a ler os dados da esposa, eis a surpresa: Francisca Mafra de Jesus havia sido exposta em casa de um tal João Rodrigues de Sequeira. Natural de Lavras do Funil, onde residiam os vários Mafra descendentes de Paulo Francisco Mafra, Francisca Mafra de Jesus não tinha parentesco algum (ao menos pelo que está documentado até agora) com a família Mafra. Quando for encontrado o batismo dela, talvez seja possível ver os padrinhos. Talvez tenha adotado o "Mafra" por apadrinhamento? Suposições... apenas o batismo de Francisca pode trazer novas informações.

Francisca Mafra de Jesus n. aproximadamente 1795, em Lavras do Funil, filha de pais incógnitos. Casou-se ainda muito jovem em Santana do Sapucaí em 27/10/1805 com Joaquim Domingues do Prado, natural de Santana do Sapucaí, filho de Joze Domingues do Prado e Angela Moreira de Jesus. Francisca faleceu em 5 de fevereiro de 1826, sem receber os sacramentos, pois a morte foi repentina: durante o parto. Filhos:

1. Maria, n. aproximadamente 1813, f. com 15 anos em 8 de abril de 1829, no bairro do Rio Pardo, de "moléstia interior", sendo sepultada no adro da Igreja Matriz de Caldas. Não encontrei o batismo dela em Caldas entre 1812 e 1815, é possível que tenha sido batizada em Santana do Sapucaí.

2. Joaquim, batizado na Matriz de Caldas em 19 de fevereiro de 1815, sendo o padrinho um tio paterno.

3. Manoel, nascido em 10 de novembro de 1821 e falecido 16 dias depois, em 26 de novembro de 1821, provavelmente antes de ser batizado, pois não localizei o batismo dele nos registros de Caldas. O óbito está registrado nos livros de Caldas.

4. Manoel, nasceu e faleceu em 5 de fevereiro de 1826, sendo que a mãe acabou por falecer durante o parto.

Descobri que Francisca Mafra de Jesus - que pensei que fosse uma antepassada - não é minha parente. Mesmo assim, foi interessante conhecer um pouco da história dela e de sua família.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

O Coronel Sebastião de Freitas

Homônimos que foram contemporâneos e viveram em localidades próximas acabam causando bastante confusão em nossas pesquisas se não tomarmos muito cuidado para ler e interpretar as fontes disponíveis. É o caso dos "Salvadores" Moreira de Castilho que citei anteriormente e é o caso de dois Sebastião de Freitas, ambos moradores no Brasil Colônia do século XVII (e, talvez, primos).

Começamos por outro Sebastião de Freitas: o cristão-novo. Natural do Algarve, Portugal, nasceu por volta de 1565 e faleceu no Brasil por volta de 1644. Casado com Maria Pedrosa, foram pais de vários filhos. Um dos filhos foi Antonio Pedroso de Freitas (1600-1672), casado com Clara Parenta (1615-1654). Antonio Pedro de Freitas e Clara Parente tiveram um filho chamado Sebastião de Freitas, mesmo nome do avô paterno.

Após um parto mal sucedido, Clara Parenta fez seu testamento:

Na paragem chamada Juqueri, termo da vila de São Paulo, eu, Clara Parenta, em cama, parida de um menino que Deus foi servido levar para si, faço este meu testamento. (...) Declaro que sou casada com An.to de Freitas de que tive muitos filhos dos quais hoje são vivos os seguintes - M.ª Pedroza a qual esta casada com An.to Pereira de Avelar ao qual e lhe tem dado seu dote só lhe falta a escritura das casas que se lhe fará - Violante - outra M.ª - Fr.ca - Pedro - Bastião - João - Jose - Mathias - os quais são meus legitimos herdeiros nos meus bens que se acharem.

No testamento ainda é dada a idade dos filhos, sendo o "Bastião" (Sebastião) de idade de 9 anos. Isso em 4 de agosto de 1654. Portanto, esse Sebastião teria nascido em 1645. Anos mais tarde, em 1681, o mesmo Sebastião é testemunha em um processo de dispensa matrimonial, onde afirma ter trinta e três anos de idade "pouco mais ou menos", o que faria com que o ano de seu nascimento fosse 1648 (ou, ao redor disso). Sabemos o provável ano do nascimento desse Sebastião a partir do seu batismo, que ocorreu em junho de 1650, em São Paulo. Na incerteza do ano exato do nascimento, o fato é que na década de 1650, "Bastião" era criança. Sabe-se que foi casado e teve um filho de nome João de Freitas que se casou em Santana do Parnaíba em 1693 com sua parente Escolástica Ribeiro, filha de Francisco Bicudo de Brito.

Passamos agora ou outro Sebastião de Freitas, que era um pouco mais velho do que o filho de Clara Parenta. Este nasceu por volta de 1627 e faleceu na década de 1690. Exerceu cargos de mando em Taubaté, inclusive o de Coronel. Em 1650 ele já estava casado com Maria Fragoso (Maria Fragosa), pois nesta mesma década nascem os primeiros filhos. Maria Fragosa faleceu em 1687, ano do seu testamento e inventário. Constam como filhos: Sebastião de Freitas Cardoso, Maria Fragoso, Izabel Fragoso (viúva em 1687 - foi casada com José Moreira de Castilho, falecido em 1684), Marina Fragoso, Ana Ribeiro (ou Ferreira), Gaspar Fragoso, Jerônimo Ferreira de Melo, Cosme Ferreira de Melo e Balhtazar Fragoso.

Alguns genealogistas indicam que o Coronel Sebastião de Freitas, que também foi juiz em Taubaté, pode vir a ser neto do Capitão Sebastião de Freitas (o cristão-novo), mas não há fontes que possa comprovar essa ligação. Outros confundem o taubateano com o filho de Clara Parente. 

Mas, é impossível serem a mesma pessoa:
O primeiro problema é: o pai seria contemporâneo dos próprios filhos. Isto é, o Sebastião filho de Clara era criança na década de 1650, quando nasciam as crianças do Sebastião de Freitas...
Depois, Clara menciona em seu testamento em 1654 um único filho de nome Sebastião. E, na impossibilidade de uma criança se tornar pai ao mesmo tempo, fica provado que o Sebastião que foi coronel não é filho de Clara...
Ainda, no testamento de Maria Fragosa em 1687, ao mencionar os filhos com o coronel Sebastião de Freitas, não há menção a nenhum João de Freitas, que foi casado em 1693 com uma parente e era filho de um Sebastião de Freitas, e este sim, filho da Clara...

Confuso?
Um pouco.

Mas as fontes que temos permitem identificar dois Sebastião de Freitas, contemporâneos, embora um fosse um pouco mais velho que o outro. O mais novo deles, neto paterno do cristão-novo de mesmo nome. Já o coronel taubateano ainda permanece com a ascendência desconhecida.