terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Genealogia e trajetória da família Andrade (1752-1902)

Após análise de registros de batizados, matrimônios e óbitos, reconstitui a trajetória de cinco gerações da família Andrade, num período de 150 anos. Nesse recorte temporal, os descendentes transitaram sucessivamente por duas cidades do sul de Minas Gerais (Ouro Fino e Caldas) até se estabeleceram em São João da Boa Vista, situada em São Paulo, na divisa com MG. As fontes desta pesquisa foram registros religiosos da Igreja Católica como registros civis, disponíveis para consulta no site Family Search, mantido pela Sociedade Genealógica de UTAH, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.


Ouro Fino e Caldas.

José Manoel de Andrade, a primeira geração conhecida da família Andrade nasceu em Ouro Fino, por volta de 1752. O ano do nascimento é estimado a partir da idade informada no registro do seu sepultamento. Ouro Fino foi fundada oficialmente em 1749, sob um arraial que existia há pelo menos um ano e cujo povoamento se deu em decorrência da descoberta de jazidas de ouro na região. Situada em área fronteiriça entre as capitanias de São Paulo e Minas Gerais, Ouro Fino acabou ficando sob jurisdição civil de Minas Gerais e religiosa sob o bispado de São Paulo.

A Igreja de São Francisco de Paula foi concluída em 1749, mesmo ano em que o arraial foi elevado à condição de freguesia, passando de uma capela feita de troncos de árvore para uma estrutura de pau a pique e posteriormente uma construção com materiais mais resistentes. O assento de batismo de José Manoel de Andrade não foi localizado, assim como o do seu casamento. Todavia, sabe-se que em 1781 ele já estava casado com Brígida Ferreira de Mello, pois aparece como testemunha do casamento de sua cunhada Eleonor Correa ou Eleonor Ferreira de Castilho com José Alves Antunes em dezembro daquele ano na igreja de São Francisco de Paula de Ouro Fino, constando a informação que as testemunhas eram “todos casados e moradores nesta freguesia”.

Brígida Ferreira de Mello nasceu em 1759 em Campanha, freguesia de Minas Gerais, sendo batizada em 26 de julho, sendo filha de Manoel Ferreira de Mello e de Apolonia Leme Correa. Nos assentos de batismo das irmãs mais novas de Brígida, também batizadas em Campanha, obtivemos a informação de que Manoel Ferreira de Mello era natural de Taubaté e Apolonia Leme Correa natural de Guaratinguetá, ambas vilas situadas na capitania de São Paula.

Apolonia Leme Correa veio a falecer em 24 de janeiro de 1803, conforme o assento de falecimento, na idade de 98 anos “para mais ou menos” e sendo “viúva do defunto Manoel Ferreira de Mello.” Essa idade descobriu-se que era exagerada. Apolonia nasceu em 1726, em Guaratinguetá, onde foi batizada em 8 de fevereiro, filha de Salvador Moreira de Castilho e de Izabel de Arruda Cabral (também chamada de Izabel de Miranda). Já falei da genealogia dos Moreira de Castilho em postagem anterior. Ressalto que entre 1730 e 1736, Salvador migrou com os filhos para a Capitania de Minas Gerais, onde instalou-se em N. S. da Piedade da Borda do Campo (atual Barbacena), onde três filhas se casaram. Apolonia e outra irmã, Joanna Moreira de Castilho aparecem já casadas em Campanha na década de 1750, quando são batizados vários filhos. A partir de 1760, Apolonia e Manoel Ferreira de Mello mudam-se para Ouro Fino, onde quatro filhas se casam, entre elas Brígida.

Entre os anos de 1781 e 1789, José Manoel de Andrade e Brígida Ferreira de Mello terão tido ao menos três filhos, sendo eles Manoel José de Andrade Brilho, Anna e Maria. Manoel José de Andrade Brilho posteriormente tornou-se um fazendeiro em Caldas e ascendeu à função de tenente por volta de 1820, quando é mencionado como padrinho em vários assentos de batismos sendo o nome precedido de seu cargo. Entre os meses de março e julho de 1807, Manoel José casou-se com Anna Francisca. Já a filha “Anna” sabemos de sua existência unicamente através do seu assento de falecimento, datado de 3 de abril de 1800 em Ouro Fino, consta ter falecido na idade de “treze para quatorze anos”, o que indica o ano de 1786 como o do seu nascimento. Da filha Maria, sabe-se que em 1807 ainda era solteira, conforme registrado em um assento de batismo em que foi madrinha ao lado de seu pai.

Na década de 1790 encontramos os batismos dos restantes filhos de José Manoel de Andrade e Brígida Ferreira de Mello. Em 14 de fevereiro de 1790, o batismo de Manoel Luís de Andrade, em 8 de abril de 1792 o de Ignácio de Andrade, em 16 de maio de 1794 o de Francisca e em 20 de julho de 1795 o de Antonio, todos batizados na igreja de São Francisco de Paula em Ouro Fino.

Manoel Luís de Andrade veio a se casar na idade de 20 anos na mesma igreja de São Francisco de Paula em 5 de setembro de 1810 com Catharina Maria do Espírito Santo, natural da vila de Cunha e filha legítima de José Pereira Lopes e de Maria Rosa do Espírito Santo. Quando Manoel Luís casou-se, fazia um ano que seu pai havia falecido. “José Manoel de Andrade de idade de 57 anos, casado que foi com Brígida Ferreira de Mello” faleceu de “nauzea” em 3 de setembro de 1809 e veio a ser sepultado no dia seguinte “asima das grades numero cinco” na igreja de São Francisco de Paula de Ouro Fino.

É a partir desse momento que a família Andrade começa a se deslocar de Ouro Fino para Caldas, que existia como um arraial desde aproximadamente 1780 e sendo elevada à condição de freguesia em 1813. O povoamento do sul de Minas Gerais se dá na segunda metade do século XVIII em decorrência do esgotamento da produção aurífera. Dessa forma, muitos migravam das regiões de mineração em busca de novas formas de subsistência, encontrando no sul da capitania um ambiente propício para a criação de animais. Considera-se ainda o fator psicológico, com o aumento da pressão do governo colonial para a cobrança do quinto e as correntes ameaças de uma derrama. E a partir da década de 1790, José Manoel e Brigida são registrados como moradores no "Bairro" ou "Mato das Antas". Dependendo da localização, é possível que esta família formassem parte dos primitivos habitantes do arraial que posteriormente de Caldas, do qual passaram a ser fregueses oficialmente após sua elevação à freguesia em 1813.

O último membro da família Andrade a nascer em Ouro Fino e ser batizado na igreja de São Francisco de Paula foi Feliciano, cujo batismo foi em 29 de janeiro de 1812, tendo ele 6 dias de vida. O padrinho de Feliciano foi o próprio avô materno, José Pereira Lopes. Há mais uma filha natural de Ouro Fino, Maria do Carmo de Jesus de Andrade, cujo assento de batismo não foi localizado. A mudança de Ouro Fino para Caldas se deu no ano e meio seguinte a partir dessa data. A filha Alexandrina Maria é batizada na igreja de Nossa Senhora do Patrocínio em Caldas em agosto de 1813.

Nos onze anos seguintes nasceram os demais filhos de Manoel Luiz de Andrade e Catharina Maria, sendo que esta surge com diferentes versões de seu nome em cada um dos batizados dos filhos, deixando de ser Catharina Maria do Espírito Santo para ser registrada ora como Catharina Maria da Conceição e ora como Catharina Maria de Jesus. Os demais filhos, a saber: José Luís de Andrade, em 1814, Antonio em 1822 e Marianna em 1824, sendo que os dois últimos faleceram ainda bebês e em datas próximas. Marianna faleceu em 13 de março de 1824 e Antonio semanas depois, em 1° de abril.

No fim dessa década, a filha Alexandrina Maria, com a idade de 15 anos recém completados deu a luz uma filha que foi batizada com o nome de Marianna. A menina faleceu com poucos meses de vida. Porém, o que chama a atenção é que a criança é batizada como filha de “pai incógnito”. Nesse período, Alexandrina Maria ainda era solteira. Ela só veio a se casar em 3 de fevereiro de 1830 e em avançada gravides, pois deu a luz à sua segunda filha um mês depois da data do casamento, tendo ainda 16 anos. O casamento foi com Camillo Antonio de Lelis, filho do capitão Antonio Felipe Pereira do Lago e de Maria Rofina Gomes da Silva. A filha nascida pouco depois do casamento recebeu o nome da avó materna, Rofinna. Um segundo filho do casal foi batizado também em Caldas, Joaquim. Aos 18 anos, Alexandrina Maria já havia sido mãe de três crianças.

Um dia antes do casamento de Alexandrina Maria e Camillo Antonio Lelis, foi o casamento de Maria do Carmo de Jesus de Andrade, outra filha de Manoel Luiz e Catharina Maria. Casada com Pedro Antonio Gonçalves, natural de Sorocaba e filho de Manoel Gonçalves de Morais e de Manoela Pires, tiveram ao menos dois filhos, Alexandrina Maria (II) casada em Caldas em 1853 (o assento de casamento não informe nem o dia e nem o mês) com Vicente Lopes de Morais, filho de pai incógnito e de Francisca Antonia de Morais. O outro filho de Maria do Carmo de Jesus e de Pedro Antonio Gonçalves foi Feliciano Gonçalves de Andrade, sendo batizado em São João da Boa Vista, mas casado em Caldas em 15 de novembro de 1853 com Domiciana Evarista Teixeira. Foram pais de Higino Gonçalves de Andrade, Rita Teixeira de Andrade e Zeferino Gonçalves de Andrade.


São João da Boa Vista.

A primeira referência de um membro dessa família em São João da Boa Vista é a do batizado de Feliciano Gonçalves de Andrade, por volta de 1833. A informação consta em seu assento de casamento. O assento de batismo não foi localizado, pois os registros religiosos de São João da Boa Vista começaram no ano de 1833. Se Feliciano nasceu pouco antes de começarem os registros, isso explicaria a ausência do mesmo no livro de batismos. Aproximadamente dez anos depois, isto é, a partir de 1842, temos três referências novas da família em São João da Boa Vista. A do batizado de uma criança, filha de uma escrava de Manoel Luís de Andrade (em 17 de novembro de 1842, batizado de Portifiria, filha de Joanna, escrava de Manoel Luís de Andrade). Em 1846 o mesmo José Luís de Andrade é registrado como eleitor e em 1847 compra terras. Possivelmente o pai já havia falecido entre 1846, ou também teria sido registrado como eleitor.

José Luís de Andrade, pertencente à terceira geração dessa família. Nascido e batizado em Caldas, foi casado com Josepha Maria de Mello. Alguns dos filhos de José Luís de Andrade e Josepha Maria nasceram e foram batizados em São João da Boa Vista a partir da década de 1840, quando a família já havia se deslocado de Caldas para a nova freguesia (São João da Boa Vista foi elevada à categoria de freguesia em 1838). O local do casamento de José Luís e Josepha Maria ainda é desconhecido, não tendo sido encontrado nos livros referentes à São João da Boa Vista e Caldas, assim como não se localizou alguns dos batismos de filhos, que podem ter nascido em outra vila ou freguesia. Em 1846, como mencionamos, foi registrado como eleitor, tendo "32 anos", e como profissão "negociante". Se a profissão requeria mudanças, isso pode ajudar a explicar o nascimento de filhos em outras localidades ainda desconhecidas.

José Luís de Andrade assim como seu tio Manoel José de Andrade Brilho viria a ser tenente. Ademais, José Luís foi eleito vereador duas vezes. A primeira em 1864 e a segunda em 1869. A freguesia de São João da Boa Vista fora elevada à categoria de Vila em 1859.
Filhos com Josepha Maria: Maria Magdalena Rosa, Belarmina, José Luís de Andrade Júnior, Virgínio, Elisa Evangelina, Adalzira Adelaide, Avelino Augusto, Ulysses Luís e Chremirdes Clementina.
Com uma mulher incógnita, foi pai de Amélica, já casada em 1879 com Francisco Eugenio de Souza.

Desfrutando de uma boa posição social, José Luís de Andrade casou os filhos com pessoas de famílias de igual posição social. Maria Magdalena Rosa casou-se com Custódio José Barbosa de Sandeville, irmão do padre José Valerianno de Souza e que foi o primeiro professor na vila de São João da Boa Vista; José Luís de Andrade Júnior casou-se com Francisca Theodora Mafra, parente da família Mafra, fazendeiros; Elisa Evangelina casou-se com o médico sueco Daniel Henrique Jacob Augusto Kiellander (que se converteu ao catolicismo); Adalzira Adelaide foi casada com João Hypolito do Amaral Pinto; e Avelino Augusto casou-se com Delmira Vieira Fernandes. A descendência desses filhos espalhou-se para outras cidades além de São João da Boa Vista e com outros sobrenomes.

De José Luís de Andrade Júnior com Francisca Theodora Mafra, nasceram em São João da Boa Vista os filhos Acelino, Nestor, Lucília e José Luís de Andrade (o 3° com esse nome); Com o falecimento de Francisca Mafra em 1886, José Luís de Andrade Júnior casou-se com Eleoquina Galvão, sendo pai ainda de Irma Andrade. Destes filhos, Lucília de Andrade casou-se em 1902 com o imigrante português Francisco Martins de Oliveira, natural de Vila das Capelas, Açores, e o 3° José Luís de Andrade foi casado com Maria Serabina Sotano, de quem teve vários filhos com o sobrenome Andrade em São João da Boa Vista, e, após o falecimento de Maria Serabina, casou-se com Eleonora Janzon, filha de imigrantes suecos.

Descendência.

José Manoel de Andrade (Ouro Fino, MG, c. 1752; f. 3 de setembro de 1809, sepultado no dia seguinte acima das grades, número 5, na igreja matriz de Ouro Fino). Casado com Brígida Ferreira de Mello (Campanha, MG, bat. 26 de julho de 1759), filha do taubateano Manoel Ferreira de Mello e da guaratinguense Apollonia Leme Correa (Guaratinguetá, SP, bat. 8 de fevereiro de 1726; f. Ouro Fino, 24 de outubro de 1803, com a exagerada idade de 98 anos). Apollonia pertencia a família Moreira de Castilho.

1. Francisco Antonio de Andrade (Ouro Fino, c. 1778). Casado em Ouro Fino em 1799 com Genovefa Maria de Jesus, morta em 1821. Casou-se pela 2ª vez em Ouro Fino em 20 de outubro de 1822 com Annacleta Antonia da Conceição. Francisco Antonio de Andrade faleceu em Caldas em 13 de junho de 1846. Com suas duas esposas, Francisco deixou 13 filhos. Atualização: ainda não copei sua descendência, mas os mesmos já constam na árvore do Family Search. 

2. José Manoel de Andrade Brilho (Ouro Fino, c. 1785), tenente em Caldas a partir de 1820. Casado já em 1807. A partir de 1840 era lavrador da "Fazenda do Jagoary" (referência ao rio Jaguari). Possuía escravos e foi padrinhos de várias crianças batizadas entre entre 1803 e 1841. Sabe-se até agora de um único filho, José, possivelmente com sua segunda esposa, Anna Francisca (desconhece-se quem tenha sido a primeira).
2.1 José, nascido em falecido aos 18 de fevereiro de 1842, na Fazenda do Jagoary, em Caldas, onde seus pais eram lavradores. Sepultado no Adro da igreja matriz de Caldas.

3. Anna (Ouro Fino, c. 1786; f. 3 de abril de 1800, na idade de 13 para 14 anos).

4. Maria (Ouro Fino, c. 1788). Solteira em 1806-1807, quando foi madrinha em dois batismos junto com o seu pai.

5. Ignacia Maria de Jesus (Ouro Fino, c. 1789). Casada em Ouro Fino em 5 de março de 1810 com Francisco Xavier Rodrigues, filho de Francisco Xavier Rodrigues e de Francisca Nunes Cardoza.
5.1 Ancelmo (batizado em Ouro Fino, 26 de abril de 1812)
5.2 Antonio (batizado em Ouro Fino, 16 de junho de 1814)
5.3 Brizida (batizada em Caldas, 27 de agosto de 1817)

6. Manoel Luís de Andrade (Ouro Fino, bat. 14 de fevereiro de 1790). Casou-se em Ouro Fino aos 5 de setembro de 1810 com Catharina Maria do Espírito Santo, natural de Cunha (SP), filha de José Pereira Lopes e de Maria Rosa do Espírito Santo. Nos batismos dos filhos de Manoel Luís e Catharina Maria, ela passou a ser chamada de Catharina Maria de Jesus e Catharina Maria da Conceição. A partir de 1813 são moradores na freguesia de Caldas.
6.1 Feliciano de Andrade (Ouro Fino, nasceu em 23 de janeiro de 1812, sendo batizado no dia 29 do mesmo mês). Em 1831 era solteiro e morador em Caldas, onde foi padrinho de batismo de uma criança. Joaquim Feliciano Teixeira de Andrade (ainda não copiado, mas já consta na árvore do Family Search) casado com Generosa Candida Barbosa, e falecido em Andradas em 25 de novembro de 1896).
6.2 Maria do Carmo de Jesus de Andrade (Ouro Fino, c. 1812). Maria do Carmo casou-se em Caldas aos 2 de fevereiro de 1830 com o sorocabano Pedro Antonio Gonçalves, filho de Manoel Gonçalves e Manoella Pires). Forma pais de:


  • Alexandrina Maria de Jesus, nascida em Caldas por volta de 1831 e, casada na mesma cidade em 1853 com Vicente Lopes de Moraes, também natural de Caldas, filho natural de Francisca Antonia de Moraes.
  • Pocinata, batizada em Caldas em 28 de agosto de 1831. O seu nome parece ser uma estranha variação de típicos nomes mineiros do século XIX, como Porcina ou Pulcina.
  • Feliciano Gonçalves de Andrade, nascido e batizado em São João da Boa Vista por vota de 1833. Casou-se em Caldas aos 15 de novembro de 1853 com Domiciana Evarista Teixeira (Caldas, c. 1839 - f. 31 de outubro de 1895), filha de José Antônio Teixeira e Rita Gomes de Oliveira. Feliciano e Domiciana tiveram vários filhos nascido e batizados em Caldas: Higino Gonçalves de Andrade (n. 31 de agosto de 1860); Evaristo (22 de abril de 1863); José (24 de maio de 1867); Hiduvirges (14 de novembro de 1869); João Pedro Teixeira de Andrade (15 de janeiro de 1872); Maria (1874); Lina (5 de março de 1877); Inocencia (1877); e ainda Rita Teixeira de Andrade e Zeferino Gonçalves de Andrade.
  • Pedro Gonçalves de Andrade casado por volta de 1864 em Casa Branca com Policena Lepoldina Nepomuceno. Foram pais de: José Gonçalves de Andrade, Avelino Gonçalves de Andrade, Etelvina Gonçalves de Andrade, Hedwiges Gonçalves de Andrade, Pedro de Andrade e Amélia de Andrade.
  • João Gonçalves de Andrade casou-se em Casa Branca aos 25 de fevereiro de 1865 com Maria Magdalena do Rosário. Pais de: Innocencia, Lina, Rosa, Cyrillo...
  • Balbino Gonçalves de Andrade casou-se em Casa Branca aos 27 de fevereiro de 1865 com Alexandrina Balduina das Dores. Foram pais de: João, Artur, Altina...
  • Joanna, batizada na capela de São Sebastião do Jaguari (Andradas) em 26 de junho de 1851.
6.3 Alexandrina Maria de Jesus (Caldas, n. 12 de agosto de 1813 e batizada no dia 20 do mesmo mês). Alexandrina Maria ficou grávida aos 14 anos e teve uma filha que foi batizada em o nome do pai. Pouco depois, em 3 de fevereiro de 1830, ainda com 16 anos, foi celebrado em Caldas o casamento de Alexandrina Maria com Camillo Antonio de Lellis, natural de Ouro Preto, filho do Capitão Antonio Felipe Pereira do Lago e de Maria Rofina Gomes da Silva. Em outros documentos Antonio Felipe Pereira do Lago é mencionado com o sobrenome "do Amaral", assim como outros de seus filhos.
  • Marianna, nascida em Caldas aos 19 de agosto de 1828, sendo batizada em 27 do mesmo mês. Faleceu com 7 meses de vida, em 23 de março de 1829. Filha de Alexandrina Maria e de "Pai Incógnito".
  • Rofinna, nascida em Caldas aos 6 de março de 1830, cerca de um mês após o casamento de Alexandrina Maria com Camillo Antonio Lellis. Batizada no dia 14 do mesmo mês.
  • Joaquim, nascido em Caldas aos 23 de fevereiro de 1832 e batizado em 4 de março seguinte.
  • Maria
  • Joze Alcebíades do Amaral. Casou-se em Campinas em 14 de janeiro de 1882 com Gertrudes Carlos de Campos.
  • Manoel
  • João
  • Emília
6.4 José Luís de Andrade (Caldas, n. 3 de novembro de 1814 e batizado no dia 13 do mesmo mês). Na década de 1840 passou a ter residência em São João da Boa Vista, onde era negociante. Foi registrado como eleitor em 1846 e em 1847 registrou a compra por Jose Luís de uma parte de terra da fazenda Ribeirão Dourado (de José Maria de Paula) de quatro alqueires de superfície, plantados com milho, no valor de oitenta mil réis. Ao longo de sua vida em São João da Boa Vista, José Luís de Andrade foi juiz de Paz, eleito vereador em 1864, ocupou o cargo de tenente e ainda escrevia editoriais para jornais na capital. Ainda não foi localizada a cidade onde se casou, nem o ano, mas sua esposa era mineira, D. Josepha Maria de Mello, de filiação ainda desconhecida. Com Josepha Maria, José Luís teve 9 filhos. Com uma mulher incógnita, foi pai de uma mulher chamada Amélia.
  • Maria Magdalena Rosa de Andrade, ou, apenas Madalena Sandeville, como ficou conhecida. De naturalidade incerta (possivelmente era mineira), nasceu por volta de 1845. Em 1860 ou 1861 casou-se com Custódio José Barbosa de Sandeville, natural de Caconde, onde foi batizado em 30 de janeiro de 1838 (nasceu no dia 18 daquele mesmo mês), filho natural de Anna Norberta de Souza (esta, falecida em São João da Boa Vista em 3 de fevereiro de 1875 e viúva de Joze de Souza Varella). Custódio era meio irmão mais novo de José Valerianno de Souza, que foi padre em São João da Boa Vista a partir de 1855. Em 16 de junho de 1862 apresentou à Câmara de São João da Boa Vista sua carta de nomeação interina para o cargo de professor púbico de primeiras letras. Um ano depois, em 4 maio de 1863, foi a vez de Maria Magdalena Sandeville ser nomeada como professora pública para meninas. O título foi registrado pela Câmara de São João da Boa Vista em 1° de junho do mesmo ano. Tiveram vários filhos, nascidos em batizados em São João da Boa Vista: Belarmina de Andrade Sandeville (n. 25 janeiro de 1862, bat. 23 de março do mesmo ano); Maria Sandeville (bat. 20 de julho de 1868); Theodomiro Sandeville (n. 11 de julho, bat. 16 de agosto de 1869); Vermelinda (n. 2 de abril, bat. 3 de junho de 1870); Arminda de Andrade Sandeville (n. 1 de outubro, bat. 1 de dezembro de 1872); Guilherme Sandeville (bat. 1 de janeiro de 1873); Ostiano (Ostiniano) Sandeville (n. 16 de maio, bat. 28 de maio de 1875); Estella Sandeville (n. 14 de janeiro; bat. 12 de fevereiro de 1884); Rita de Andrade Sandeville (n. 18 de junho, bat. 18 de agosto de 1885); e também Auzébio e Elvira de Andrade Sandeville.
  • José Luís de Andrade Júnior. Nasceu em 1846 e foi batizado em São João da Boa Vista no dia 1° de janeiro de 1847. Faleceu na mesma cidade em 29 de julho de 1902. Por um breve período, terá sido correspondente de jornais na capital, como fora seu pai. Em 1875 casou-se com Francisca Theodora Mafra, nascida por volta de 1862, filha de Antônio Francisco Mafra e Constância Perpétua de Jesus. Tiveram 4 filhos; Francisca Mafra faleceu em 21 de junho de 1886, com "23 anos", e foi sepultada no cemitério da Matriz. Francisca faleceu no parto de seu último filho, também chamado de José Luís de Andrade. José Luís de Andrade Júnior casou-se pouco depois com Eleoquina Galvão, filha de Joaquim Galvão e Maria Custódia Galvão e tiveram dois filhos. Com Francisca Mafra: Acelino de Andrade (9 de fevereiro de 1876); Nestor de Andrade (29 de junho de 1878); Lucília de Andrade (7 de novembro de 1879 - 1 de abril de 1867) que se casou em São João da Boa Vista em 29 de junho de 1902 com o imigrante português Francisco Martins de Oliveira; e José Luís de Andrade (20 de junho de 1886 - 7 de abril de 1936), casado com Maria Serabina Sotano e pela segunda vez com Eleonora (Helena) Janzon; Com Eleoquina Galvão: Irman de Andrade (10 de abril de 1890) e um feto, nascido e falecido em 22 de agosto de 1902.
  • Belarmina, nascida em 1847 e morta com um ano de idade, sepultada no cemitério da Matriz de São João da Boa Vista em 7 de março de 1848).
  • Elisa Evangelina de Andrade, nascida e batizada em São João da Boa Vista por volta de 1851 (registro de batismo ainda não localizado). Elisa faleceu em São João da Boa Vista em 26 de dezembro de 1911. Em 22 de fevereiro de 1876, Elisa casou-se com o médico Daniel Henrique Jacob Augusto Kiellander, nascida em Ausas, província de Skane, na Suécia em 30 de novembro de 1845, e que faleceu em São João da Boa Vista em 14 de julho de 1895. Daniel converteu-se ao catolicismo para casar-se com Elisa. Tiveram ao menos 3 filhos: Daniel Kiellander (nasceu por volta de 1879 e faleceu em São João da Boa Vista em 8 de outubro de 1924); Carlos Augusto Henrique Kiellander (nasceu em 9 de setembro de 1880); e Augusta Kiellander (nasceu em 3 de outubro de 1885).
  • Virgino, nasceu em junho de 1856 e faleceu em 3 de outubro do mesmo ano, com "4 meses".
  • Chremirdes Clementina de Andrade, batizada em São João da Boa Vista em 2 de oububro de 1863.
  • Adalzira Adelaide de Andrade (ou Adargira). Terá nascido em 17 de março de 1864, sendo a última filha de José Luís de Andrade e Josepha Maria. Casou-se com João Hypolito do Amaral Pinto, com filhos nascidos em Piracicaba e em São João da Boa Vista.
  • Avelino Augusto de Andrade, possivelmente o segundo filho homem de José Luís de Andrade que chegou a idade adulta. Sabe-se que foi casado com Delmira Vieira Fernandes, filha de Antonio Vieira Fernandes e de Plautilia Garcia Leal, sendo Plautilia batizada em 16 de outubro de 1842 em São João da Boa Vista, filha de José Garcia Leal Filho. Encontrada uma filha do casal: Clotilde de Andrade, nascida em São João da Boa Vista em 1890.
  • Ulysses Luís de Andrade. Em 29 de junho de 1902, quando sua sobrinha Lucília de Andrade casou-se com o português Francisco Martins de Oliveira, Ulysses Luís foi uma das testemunhas no casamento, uma vez que o pai de Lucília, José Luís de Andrade Júnior deveria estar doente, pois faleceu pouco depois em 29 de julho.
6.5 Antonio (Caldas, n. 20 de setembro, bat. 7 de outubro de 1822; faleceu no mesmo local com um ano e meio de idade, em 1 de abril de 1824).
6.6 Marianna (Caldas, n. 15 de janeiro, bat. 23 de janeiro de 1824; faleceu dois meses depois, em 13 de março de 1824, dias após o falecido de seu irmão Antonio que também morreu ainda bebê.

7. Ignacio (Ouro Fino, bat. 8 de abril de 1792)
8. Francisca (Ouro Fino, bat. 16 de maio de 1794)
9. Francsica (Ouro Fino, bat. fevereiro de 1802)




Pesquisa de Samuel Cassiano, historiador
Dezembro de 2019.

domingo, 8 de dezembro de 2019

A descendência de Salvador Moreira de Castilho (com fontes)

Relação de filhos e netos de Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Miranda (mesma Izabel de Arruda Cabral). Para estabelecer essa descendência de Salvador e Izabel foram usadas as fontes disponíveis no Family Search, como registros de batismos, de casamentos e de óbitos de Guaratinguetá, Barbacena, Campanha e Itapeva; testamentos e outros documentos disponibilizados pelos sites Projeto Compartilhar e Records Preservation. Genealogias da família Moreira de Castilho em alguns sites não apresentavam a descendência de todos os filhos e confundiam o Salvador com um homônimo sem relação familiar próxima.

Salvador Moreira de Castilho nasceu em Taubaté (SP) no mês de fevereiro de 1684. O pai de Salvador, Joseph de Castilho, redigiu testamento em 27 de julho de 1684, recebendo o cumpra-se em 13 de agosto seguinte. Salvador, o menor dos filhos foi dito ter "5 meses pouco mais ou menos". Joseph era filho de Francisco Álvares Correa (cuja filiação é desconhecida) e de Guiumar de Alvarenga (nascida e batizada na Igreja do Santíssimo Sacramento em São Sebastião do Rio de janeiro aos 22 de janeiro de 1617, filha de Manoel Roiz de Alvarenga e Guiomar de Castilho). A mãe de Salvador foi Izabel Fragoza, filha do Coronel Sebastião de Freitas (cuja filiação é desconhecida), que exercia cargos de governação em Taubaté, e de Maria Fragoza, que fez testamento em Taubaté em 27 de fevereiro de 1684, sendo a data do inventário 8 de abril de 1687, ano provável de sua morte. Maria Fragoza era filha de Balthazar Lopes Fragozo (cuja filiação é desconhecida), chamado de Gaspar Fragozo por engano no processo de dispensa matrimonial de seu bisneto Carlos em 1745, e de Mariana Cardoza.

Salvador recebeu a sua parte na herança paterna em 31 de dezembro de 1703: "recebi nove mil e sesenta reis que me coube de legitima de mey pay que Deus aja em gloria Joseph de Castilho (...) passei este resibo a 31 de dezembro de 1703 annos Salvador Morª de Castilho". (ver em: https://drive.google.com/file/d/0B_UzFhGp4sJCMnc3REJrQTF2cUE/view )

Casou-se com Izabel de Miranda, também chamada como Izabel de Arruda Cabral, uma das 16 filhas de Domingos Vieira Cardoso (natural de Vila de Santos, falecido em Taubaté por volta de 1700 (o testamento datado de 30 de janeiro de 1700 recebeu o cumpra-se em 17 de fevereiro seguinte), filho do capitão Antonio Vieira da Maia e de Maria Cardoso Cabral. A mãe de Izabel foi Marta de Miranda Moniz, filha de Gracia Rodrigues Moniz e Catarina de Unhate.

Salvador e Izabel tiveram vários filhos. Os que nasceram entre 1713 e 1718 seriam naturais de Taubaté e/ou São Paulo. Os que nasceram entre 1719 e 1725 são de Guaratinguetá. Pelo menos 5 filhas estabeleceram residência em cidades mineiras (Barbacena e Campanha). Duas filhas casam-se em 1736 e 1737 em Barbacena, o que indica que nessa época a família já residia aí e podem ter sido parte do fluxo de pessoas que se deslocavam em direção as minas sonhando com a riqueza do ouro e diamantes (descobertos em 1729). Os filhos e outra filha residiam em Guaratinguetá e Taubaté (e, possivelmente outras localidades ao sul), entre os anos de 1745 e 1750, o que também pode indicar que a família separou-se conforme os filhos cresciam e se casavam. Em 9 de janeiro de 1743, Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Miranda estavam vivos e foram mencionados no batismo de seu neto Antonio (filho de Ignacia), como moradores na freguesia de N. S. da Piedade da Borda do Campo (Barbacena). Em outubro de 1745, no processo de dispensa matrimonial de seu filho Carlos, tanto Salvador quanto Izabel foram mencionados como "já defuntos", o que indica que ambos faleceram após janeiro de 1743 e antes de outubro de 1745.
Atualização: Salvador Moreira de Castilho faleceu em 31 de agosto de 1757, em Lambari, próximo de Campanha. Óbito registrado nos livros de Campanha: Salv°r Morª pobre Aos trinta e hum dias de Agosto de mil setecentos e cincoenta e sete annos falleceo somente confessado apressadamte. [apressadamente], Salvador Moreira pobre de idade de setenta annos pouco mais ou menos casado com Izabel da Arruda moradores no Lambary desta freguesia, foi sepultado no Adro dessa Matris amortalhado com lençol de linho e encomendado pelo reverendo coadjuntor João (Rabelo?) da Costa de que fis este assento que assigno.

Izabel estava viva em 1757 e em abril de 1761 no batizado da neta Leonarda já consta como falecida.

Filhos e netos:

1- Carlos Moreira de Castilho (n. 1713), batizado em Taubaté em 5 de novembro de 1713, provável filho mais velho. A data do batismo é informada no processo de dispensa matrimonial que correu a partir de 6 de outubro de 1745 em Guaratinguetá para poder casar-se com Quitéria Loureiro de Jesus. Este mesmo documento informe que por esta data, ambos pais de Carlos já eram defuntos. Quitéria nasceu por volta de 1722 (o documento informa que ela teria 23 nos em 1745) e era filha de João da Silva Lima e Delfina do Nascimento (ou também Delfina de Jesus) e havia ficado viúva de João de Barros Pereira, falecido em Taubaté em 9 de março de 1743. João de Barros Pereira era primo em terceiro grau de Carlos Moreira de Castilho. O processo indica como antepassado comum Gaspar Lopes Cardoso (que na verdade é Balthazar Lopes Fragozo), que foi casado com Mariana Cardoza. Balthazar e Mariana foram pais de Violante Cardoza e Maria Fragoza, sendo que a primeira foi bisavó de João de Barros Pereira e a segunda bisavó de Carlos. Quando esses parentescos foram resolvidos, uma testemunha do processo declarou que a própria Quitéria tinha parentesco com Carlos através de sua mãe Delfina, que seria filha de Antonio Vieira Cardoso, irmão de Izabel de Miranda, mãe de Carlos. Outros parentes de Carlos testemunharam em seu favor, dizendo não ser verdade que Delfina fosse filha de Antonio, mas sim de um certo religioso que frequentava a casa da mãe de Delfina... o processo foi concluído em 3 de janeiro de 1746 dispensando Carlos e Quitéria do 4° grau de afinidade (isto é, por Quitéria ser viúva de um primo distante de Carlos). Os termos finais foram lavrados em 17 de janeiro  e o casamento deve ter sido enfim celebrado pouco depois. Desta união registra-se um filho:
1.1 Salvador Ferreira de Castilho (ou ainda Salvador Ferreira Alves e Almeida), nascido em Taubaté e que se casou com Anna Joaquina de Azevedo (nascida e batizada em Pouso Alto, MG), filha de Antonio Francisco de Azevedo, português, natural do Entre e Douro e o Minho, e de Roza Jeronima (MG), natural de Congonhas do Campo. Salvador e Anna Joaquina migraram para o sul, sendo que seus filhos nasceram entre 1767 e 1786 em Santo Antonio da Patrulha (RS) e Lages (SC).
Salvador Ferreira de Castilho e Anna Joaquina de Azevedo, pais de: Carlos Moreira de Castilhos (1825-1858), que foi avô paterno de Julio de Castilhos, governador do Rio Grande do Sul.


2. Marta de Miranda, natural de Taubaté. Foi casada com Francisco Antunes. Era viúva já em 1751, residindo em Barbacena. Nesse ano, em 19 de dezembro de 1751 Marta teve um filho natural com Vital Ferreira Bittencurt, solteiro, natural da freguesia da Piedade, ilha do Pico, Açores, filho de Jeronimo Vieira e Maria do Rozario de Bettencurt (ou Bittencourt). A criança foi batizada com o nome de Manoel em 21 de janeiro de 1752 e Marta de Miranda e Vital Ferreira Bittencurt casaram-se meses depois, em 3 de setembro. Pelo menos três filhos:
2.1. Manoel, nasceu em Barbacena em 19 de dezembro de 1751 e foi batizado em 21 de janeiro de 1752.
2.2. Antonio, nasceu em Barbacena em 2 de outubro de 1753 e foi batizado dia 12 seguinte.
2.3. Anna, nasceu em Barbacena em 1 de março de 1755 e foi batizada dia 10 seguinte. Faleceu no mesmo ano em 22 de julho.

3. Catharina Moreira de Castilho, natural de Taubaté. Casou-se em Barbacena em 4 de junho de 1736 com Francisco Luiz Bittencurt (natural da Ilha do Pico), irmão de Vital Ferreira Bittencurt. Duas filhas conhecidas, ambas nascidas e batizadas em Barbacena:
3.1. Maria, batizada em 24 de maio de 1739. Destaque para a madrinha "Maria Moreira, mulher de Duarte da Silva", sendo essa Maria Moreira (de Castilho) natural de Taubaté e era parente de Salvador Moreira de Castilho. Maria Moreira (de Castilho) e Duarte da Silva (de Moraes) foram pais de Thiometo da Silva Moraes (natural de São João del Rei), que anos mais tarde casou-se com Anna Pedroza Xavier, a filha de um certo Sargento Mor Salvador Moreira de Castilho.
3.2. Thereza de Jesus, batizada em 9 de janeiro de 1742 e casada em 1760 com Manoel Fernandes Lima.

4. Ignacia Ferreira, também nascida em Taubaté. Casou-se em Barbacena em 4 de março de 1737 com Antonio D'Ávila Bittecurt, também natural da ilha do Pico, Açores, sendo irmão dos já mencionados Vital Ferreira Bittencurt e Francisco Luiz Bittencurt. Os três irmãos Bittencurt podem ter migrado dos Açores para a colônia como parte do fluxo de portugueses "reinóis" que seguiam para a região das minas em busca de riquezas. Os três irmãos casaram-se com três irmãs. Ignacia Ferreira e Antonio D'Ávila Bittencurt tiveram vários filhos nascidos entre 1737 e 1759, todos em Barbacena.
4.1. Salvador Ferreira, batizado em 30 de dezembro de 1737.
4.2. Joze, batizado em 5 de outubro de 1739.
4.3. João, batizado em 12 de março de 1741. O padrinho de João foi Francisco Luiz de "Bitancurt", irmão de Antonio, e a madrinha foi Marta de Miranda, irmã de Ignacia, sendo que Marta estava casada com João Antunes (mencionado em outro registro como Francisco Antunes).
4.4. Antonio, nascido em primeiro de janeiro de 1743 e batizado no dia 9 seguinte. Consta que os avós maternos Salvador Moreira de Castilha e Izabel de Miranda eram moradores na freguesia. O padrinho de batismo foi Manoel Moreira, possivelmente primo de sua mãe por parte da família de Salvador.
4.5. Manoel, nasceu em 4 de junho de 1744 e foi batizado no dia 13 seguinte. A madrinha foi a tia materna Martha de Miranda, ainda casada com Francisco Antunes. Este Manoel adotou o nome de Manoel Joze de Avila e faleceu em Barbacena aos 9 de fevereiro de 1811. Deixou um longo testamento, onde menciona os seus pais (Antonio de Avilla de Bitancurte e Ignacia Ferreira), sua naturalidade e que nunca foi casado e nem teve filhos, nomeando por herdeiros os seus irmãos e os sobrinhos (filhos dos irmãos já falecidos).
4.6. Ignacio, nasceu em 24 de outubro de 1745 e foi batizado em 31 seguinte. O seu registro menciona o pai Antonio de Avilla como natural da Ilha do Pico e a mãe Ignacia Ferreira como natural de Taubaté. Cita ainda os avós paternos e maternos.
4.7. Maria, nasceu em 19 de dezembro de 1747 e batizada em 28 seguinte. (menciona os avós maternos como naturais de Taubaté).
4.8. Ana, nasceu em 1750, casada em Barbacena em 18 de setembro de 1768 com Ricardo da Silva Borges e de Suzana Leite. Ana aparece com o nome de Ana Maria de São Jozé.
4.9. Izabel, batizada em 17 de abril de 1752. Padrinho: Manoel Moreira (o provável primo de sua mãe). A madrinha foi sua prima Maria de Bettencurt, que tinha então 13 anos (filha de Francisco Luiz de Bettencurt e Catharina Moreira de Castilho, nascida em 1739).
4.10. Lourenço, batizado em 11 de agosto de 1754. A sua madrinha também foi Maria de Bettencurt (mencionada no registro como Maria Moreira de Bitamcurt), a filha de Francisco Luiz Bettencurt. Lourenço faleceu com "18" anos de idade em 1 de outubro de 1773 (pelas datas, o correto é que ele faleceu aos 19 anos, mas o registro menciona 18 anos).
4.11. Genoveba (Genoveva), batizada em 20 de maio de 1756. A madrinha foi Ritta Moreira de Castilho, solteira. É possível que essa Ritta Moreira de Castilho seja a mesma Ritta que foi casada com Manoel Sutil de Oliveira e que faleceu em Itapeva em 1791. Esta Ritta falecida em Itapeva foi mencionada nos registros dos filhos como sendo "parda livre". Também é possível que fosse a Rita batizada em Guaratinguetá em junho de 1728 e que era filha de Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Miranda (ou de Arruda Cabral) e, portanto, tia materna de Genoveba.
4.12. Francisco, batizado em 1 de abril de 1759. Francisco foi "Batizado em casa por haver moribundo". Francisco faleceu em 23 de outubro do mesmo ano, com seis meses e meio de vida. 

5. Ana Pedrosa Xavier, n. aproximadamente 1735, provavelmente uma das últimas filhas do casal, ou mesmo a última. Foi madrinha de batismo de uma das sobrinhas em Campanha na década de 1750 e foi casada com um parente distante, Thimotéo da Silva Moreira. Posteriormente residiram na vila Faxina de Itapeva, onde faleceu em 4 de dezembro de 1810 com "70 anos pouco mais ou menos". Filhos nascidos em Itapeva.
5.1 Anna da Silva, n. por volta de 1760, casada por volta de 1780 com José Ribeiro do Prado, e ao menos dois filhos: Anna, batizada em Itapeva em 22 de junho de 1782 e Gertrudes, batizada no mesmo lugar em 24 de novembro de 1799.
5.2 Ignacia da Silva ou Ignacia Pedroza, n. por volta de 1765, e batizada em Apiaí, casada em Itapeva em 26 de janeiro de 1796 e pais ao menos de: José, batizado em Itapeva em 8 de janeiro de 1797.
5.3 Salvador, batizado em Itapeva em 29 de dezembro de 1771.

6. Joze Moreira de Castilho, natural de Guaratinguetá. Casou-se nesta mesma vila em 8 de janeiro de 1743 com Maria Nunes, filha de Joze Pacheco e Domingas Nunes. Uma segunda esposa é encontrada anos mais tarde: Maria Magdalena de Jesus. Dos dois casamentos nascem ao menos quatro mulheres, batizadas e casadas em Guaratinguetá.
Com Maria Nunes:
6.1. Ritta Thereza Moreira, batizada em 16 de julho de 1746. Ritta Thereza de Jesus, casada em Guaratinguetá, dias após completar 12 anos, em 27 de julho de 1758 com Matheus Leme Barboza (filho de João Peres de Gusmão e Margarida Bicuda)
6.2 Andreza Leme Moreira, batizada em Campanha MG em 21 de maio de 1752, casada em Guaratinguetá em 19 de junho de 1765 com Francisco de Alvarenga.
Com Maria Magdalena de Jesus:
6.3. Maria, batizada em 9 de março de 1771.
6.4. Margarida, batizada em 12 de setembro de 1774 em Guaratinguetá, mesma cidade onde se casou em 31 de outubro de 1795 com João Alvares da Cruz. Margarida faleceu pouco tempo depois, em 26 de novembro de 1796, na mesma vila.
6.5. Anna Moreira, nascida por volta de 1775. Casada em Guaratinguetá em 7 de julho de 1794 com Miguel Dias

7. Joanna Moreira de Castilho, nascida em Guaratinguetá, onde foi batizada em 22 de setembro de 1721. Joanna Moreira de Castilho viveu em Campanha na mesma época que sua irmã Apolonia. Era casada com Mathias Gonçalves Cardoso, natural de São João del Rey (filho do português Domingos Gonçalves e de Anna Ribeira, também natural de São João del Rey). Todos os filhos de Joanna e Gonçalves nasceram e foram batizados em Campanha:
7.1. Izabel Moreira, que foi casada com Joaquim Dias Rabello.
7.2. Manoel, batizado em 7 de maio de 1749.
7.3 Joze, batizado em 12 de janeiro de 1752.
7.4. Agueda, batizada em 14 de julho de 1754.
7.5. Ignacio, batizado em 20 de março de 1757.
7.6. Joanna, batizada em 23 de dezembro de 1759. Em seu registro de batismo consta como avós maternos Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Arruda Cabral, sendo que esse Izabel é a mesma Izabel de Miranda!)
7.7. Izabel, batizada em 18 de abril de 1762.
7.8. Maria, nascida por volta de 1765.

8. Félix Moreira de Castilho, nascido em Guaratinguetá, onde foi batizado em 25 de outubro de 1725.

9. Pedro Moreira de Castilho, natural de Taubaté, onde veio a falecer em 9 de fevereiro de 1796. Um filho recebeu nome de Salvador Moreira de Castilho. Foi casado com Francisca Leme Leite. Alguns filhos, dentre eles:
8.1. Salvador Moreira de Castilho, o neto. Nascido por volta de 1767 (em 1796 quando seu pai faleceu, teria 29 anos e era solteiro).
8.2. José Ferreira de Castilho (ou José Moreira de Castilho).
8.3. Maria Moreira de Castilho.

10. Antonia Moreira de Castilho, natural de Guaratinguetá, onde se casou em 19 de julho de 1745 com Gaspar de Goes. Descendência ainda a ser pesquisada.

11. Apolonia Leme Correa (ou Apolonia de Siqueira Leme), nascida em Guaratinguetá onde foi batizada em 8 de fevereiro de 1726. Apolonia foi casada com Manoel Ferreira de Mello, natural de Taubaté e que era seu parente. Entre 1753 e 1759, Apolonia e Manoel residiam em Campanha (MG), onde nasceram e foram batizados seus filhos. Depois mudaram para Ouro Fino (MG), onde nasceram outros filhos e onde 4 filhas se casaram entre 1776 e 1780. Manoel faleceu por volta de 1788 e Apolonia em 24 de outubro de 1803, em Ouro Fino, tendo sido registrado que faleceu com "noventa e oito anos de idade para mais ou menos", o que é uma idade exagerada. Se essa idade for levada em consideração, Apolonia teria 54 anos ou mais quando nasceram e foram batizados seus últimos filhos. É certo que ela nasceu antes de 1720. Provavelmente deve ter nascido por volta de 1719 ou pouco antes. Apolonia e Manoel foram pais de:
11.1. Antonia, batizada em Campanha em 24 de abril de 1753.
11.2. Ritta, batizada em Campanha em 9 de junho de 1754.
11.3. Escolastica Moreira de Castilho, batizada em Campanha em 15 de fevereiro de 1757. Casou-se em Ouro Fino em 30 de julho de 1780 com Florianno da Silva (natural de Atibaia SP).
11.4. Brigida Ferreira de Mello, batizada em Campanha em 26 de julho de 1759. Casou-se em Ouro Fino por volta de 1776 com Joze Manoel de Andrade (natural de Ouro Fino, nascido por volta de 1752 e falecido na mesma localidade em 1809), com vários filhos nascidos em Ouro Fino e que posteriormente migraram para Caldas (MG).
11.5. Anna Moreira de Castilho, natural de Campanha (batismo não encontrado ainda). Casada em Ouro Fino aos 4 de fevereiro de 1777 com Antonio Gonçalves da Cruz (natural de Santana do Parnaíba, SP e que faleceu em Ouro Fino em 10 de setembro de 1784), sendo pais de apenas uma filha: Anna de Castilho, nascida por volta de 1780.
11.6. Eleonor Ferreira de Castilho, natural de Ouro Fino, onde terá nascido por volta de 1760. Casou-se em Ouro Fino em 19 de dezembro de 1781 com Joze Alves Antunes (natural de Brumado). Até o momento foi localizado apenas uma filha deste casal, nascida 22 anos após o casamento: Maria, batizada em 16 de março de 1803.
11.7. Luiza, sabe-se da existência dessa filha, provavelmente "caçula", pelo testamento de Pedro Dias Pereira, redigido em 12 de março de 1788. Pedro faleceu em 15 de março de 1789 e no testamento declarou "dexo para Luiza, filha solteira de Manoel Ferreira de Mello já defunto vinte oitavos".
11.8. Ignacio Ferreira Alves, sabe-se da existência desse filho por ter sido testemunha em 1777 no casamento de sua irmã Anna Moreira de Castilho, sendo solteiro, e novamente testemunha de outro casamento em 30 de junho de 1783 (casamento de Bento Manuel e Maria Joaquina do Espirito Santo), sendo ainda solteiro.

12. Rita, batizada em Guaratinguetá em 28 de junho de 1728. Pode ser que fosse a mesma Rita Moreira de Castilho, solteira em  Barbacena e que em 20 de maio de 1756 foi madrinha de batismo de Genoveba, filha de Ignacia.

Atualização. 13. Maria Leme Moreira, batizada em Guaratinguetá (provavelmente antes ou até 1720). Consta ter sido casada com Manoel Pinto de Sousa, nat. e bat. em "Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco, bispado de São Paulo" (atual São Francisco do Sul, em Santa Catarina), filho de Domingos Pinto e Francisca de Sousa. Sabemos que Maria Leme Moreira é filha de Salvador Moreira de Castilho e Izabel "de Arruda" ou "de Arruda Cabral" pelo batismo de três filhos (Leonarda, Alexandre e Joachim, todos em Campanha, entre 1761 e 1764. Filhos de Maria Leme Moreira e Manoel Pinto de Souza:
13.1 Ignacia Moreira (n. antes de 1749) casada com Manoel de Moura Rocha, com filhos batizados em Campanha.
13.2 Joanna Moreira de Castilho (n. antes de 1749 em Campanha) casada em Antonio Correa de Macedo, que faleceu antes de 1785. Em 10 de janeiro de 1785, viúva, casou-se em Campanha, com Francisco Borges Monteiro.
13.3 Maria, batizada em Campanha em 27 de novembro de 1752. A madrinha é Anna Pedroza. É possível que essa Anna Pedroza seja a mesma Anna Pedrosa Xavier, citada como filha do "Sargento-mór" Salvador Moreira de Castilho.
13.4 Manoel, batizado em Campanha em 2 de dezembro de 1754.
13.5 Criança (provavelmente recém-nascido) falecido em 16 de maio de 1756.
13.6 Anna, batizada em Campanha em 4 de dezembro de 1757.
13.7 Leonarda, batizada em Campanha em 21 de abril de 1761 (consta aí a informação de que a avó materna, Izabel de Arruda já era falecida). A madrinha de Leonarda foi sua tia materna, Joanna de Moreira Castilho, irmã de Maria Leme Moreira. Joanna vivia em Campanha com seu marido Mathias Gonçalves e seus filhos.
13.8 Alexandre, batizado em Campanha em 2 de novembro de 1762. O padrinho foi o capitão Miguel Pires Barreto.
13.9 Joachim, batizado em Campanha em 28 de julho de 1764.
13.10 Izabel, batizada em Campanha em 27 de dezembro de 1766.


Sobre o cargo de Sargento Mor.
É possível precisar que Salvador Moreira de Castilho ocupou os cargos de escrivão, juiz e capitão entre 1720 e 1735 em Taubaté. Após 1735 deixa de aparecer nos documentos de Taubaté e surge em documentos paroquiais de Barbacena, justamente em 1736, quando uma de suas filhas se casou. Portanto, a família (ou parte dela) mudou-se para Minas Gerais entre o segundo semestre de 1735 e o primeiro semestre de 1736.
Já o cargo de Sargento-mór é menciona em dois documentos: em 1745, na dispensa matrimonial do filho Carlos Moreira de Castilho e em 1796, no casamento de uma das netas, Ignacia, em Itapeva. Consta ainda, que faleceu pobre em 1757, em Lambari, próximo de Campanha, onde residiam as filhas Joanna, Apollonia, Maria Leme Moreira, Ana Pedrosa (por um período) e o filho José. Nesse caso, não é possível precisar onde e em qual período ele ocupou o cargo de Sargento-mór.
O site https://www.genealogiabrasileira.com/titulos_perdidos/cantagalo_ptmorcast.htm indica a possibilidade de um filho homônimo. Mas este mesmo site mistura dois Salvadores Moreira de Castilho como se fossem um só. O Salvador Moreira de Castilho (Taubaté 1712; Barbacena 1758) não tem relação familiar próxima com a esta família Moreira de Castilho.

Todas as fontes mencionadas neste texto podem ser consultadas nas fontes das respectivas pessoas mencionadas acessando a árvore de Salvador Moreira de Castilho (1684-1745) no Family Search, com links direcionando para as imagens dos registros:
https://www.familysearch.org/tree/person/details/LVXB-ZDF

Pesquisa no Family Search de Samuel Cassiano, historiador


sábado, 7 de dezembro de 2019

"Salvadores" Moreira de Castilho

A genealogia tão fascinante causa verdadeiros nós quando nos deparamos com pessoas que usaram um mesmo nome em épocas mais ou menos próximas. Sem o rigor de uma pesquisa, acabamos por formar uma árvore confusa e com erros.

Quando elaborava o ramo "brasileiro" de minha árvore genealógica, cheguei à Salvador Moreira de Castilho (1684-1745). Ele é o meu 8° avô e sou seu descendente através de sua filha Apolonia Leme Correa (mencionada outras vezes como Apolonia de Siqueira Leme). A árvore dos Moreira de Castilho no Family Search (e em outros sites também) estava com informações que suscitaram algumas dúvidas.

A árvore deste Salvador misturava filhas nascidas quando ele nem estava mais vivo (um pretensa filha teria nascido em 1750, quando em 1745 no processo de dispensa matrimonial de um filho, Salvador já era defunto).  Para desfazer essa confusão na árvore e levantar maiores informações sobre a família Moreira de Castilho, tentei separar os Salvadores Moreira de Castilho que viveram entre 1684 e 1767, resultando em 5 distintos homens (mas, que talvez possam ser 4!)

1) Salvador Moreira de Castilho (N. Taubaté, fevereiro de 1684; F. aproximadamente 1745). Filho de Joseph de Castilho (que faleceu em Taubaté em 13 de agosto de 1684, quando Salvador tinha 5 meses) e de Izabel Fragoza. Foi casado com Izabel de Miranda (Izabel de Arruda Cabral), filha de Sebastião Freitas e Maria Fragoza. O casamento ocorreu por volta de 1713, pois em 5 de novembro deste ano nasceu um de seus filhos, Carlos Moreira de Castilho, em Taubaté. Nos próximos anos nasceram outros filhos em Taubaté como Martha de Miranda Castilho, Catharina Moreira de Castilho e Ignacia Ferreira, sendo que as três casaram-se posteriormente em Barbacena (MG). Entre 1719 e 1725 outros filhos nasceram e foram batizados em Guaratinguetá, entre eles Apolonia Leme Correa e Joanna Moreira de Castilhas (posteriormente casadas em Campanha MG) e ainda Félix, Pedro Moreira de Castilho, Antonia Moreira de Castilho e Joze Moreira de Castilho (sendo que Antonia casou-se em Guaratinguetá em 1750). Essa relação de filhos pode ser comprovada através de registros de batismos e de casamentos. Pode ser ainda, que Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Miranda fossem pai de um homônimo Salvador Moreira de Castilho, nascido em São Paulo e que foi Sargento Mor (como veremos).

2) Salvador Moreira de Castilho (N. Taubaté, 1712; F. Barbacena em 25 de outubro de 1758). Filho de Alexandre da Cruz de Oliveira e Maria de Gusmão. Casou-se em Barbacena em 20 de setembro de 1734 com Maria Francisca de Jesus, nascida em batizada em 26 de janeiro de 1716 na freguesia de Madalena, ilha do Pico, Açores. São conhecidas três filhas, todas nascidas e batizadas em Barbacena: Roza Maria, Sebastiana Francisca e Maria Francisca de Jesus, sendo que as três também se casaram por lá mesmo. Importante destacar que esse Salvador Moreira de Castilho, também natural de Taubaté e residindo em Barbacena não tem relação familiar direta com o Salvador de numeração um. Através de sua mãe Maria de Gusmão, os dois Salvadores eram apenas parentes distantes. Para ser mais específico, Maria de Gusmão era prima em segundo grau do Salvador nascido em 1684.

3) Sargento Mor Salvador Moreira de Castilho. Este Sargento Mor surge no registro de casamento de Ignacia da Sylva, celebrado em Itapeva em 26 de janeiro de 1796. O documento menciona os pais e avós de Ignacia, nascida em Apiaí (SP). O pai é Thimotheo da Silva Moraes, natural de São João del Rey, filho de Duarte da Silva Moraes e Maria Moreira de Castilho (sendo esta avó natural de Taubaté) e a mãe é Ana Pedroza Xavier, natural de Paranapanema, filha do Sargento Mor Salvador Moreira de Castilho, natural de São Paulo e de Izabel Maria de Jesus, natural de Taubaté. E possível que os pais de Ignacia da Sylva fossem parentes. Também seria possível que o Sargento Mor fosse filho do primeiro Salvador desta lista ou, que ambos fossem a mesma pessoa e a Izabel Maria de Jesus fosse a mesma Izabel de Miranda (ou Arruda de Cabral). O problema é a titulação: este é mencionado como Sargento Mor, enquanto que o Salvador que viveu entre 1684 e 1745 é mencionado nos registros de seus filhos e netos simplesmente pelo nome. Se ele tivesse ocupado um cargo como esse, os descendentes iriam incluir isso no registro. Pode ser também que à época do casamento de Ignacia da Sylva (muitos anos após a morte do Salvador de 1745) a família quisesse "ilustrar" sua posição social. Se este Sargento Mor for realmente um filho do primeiro Salvador, ele teria nascido em São Paulo e residido em Paranapanema na mesma época em que as filhas de Salvador casavam-se em Minas Gerais e Guaratinguetá. 

4) Salvador Moreira de Castilho casado com Anna Leite, pais de Izabel Moreira de Castilho, nascida por volta de 1776 e que se casou em Caçapava (SP, cidade vizinha de Taubaté) em 29 de junho de 1790. Com apenas essa informação não é possível identificar se este Salvador teria uma relação direta de parentesco com o primeiro Salvador, ou se era o mesmo Salvador Sargento Mor...

5) Salvador Moreira de Castilho, o neto do primeiro Salvador. Filho de Pedro Moreira de Castilho (filho de Salvador Moreira de Castilho 1684-1745), nasceu por volta de 1767 (pois teria 29 anos em 1796, quando seu pai Pedro Moreira de Castilho faleceu).

Fazer esta separação e identificação dos Salvadores só foi possível graças ao Family Search! Foram pesquisados microfilmes de diversos catálogos para compreender que num período de 80 anos viveram de 4 a 5 homens com o mesmo nome e sobrenome, e um deles era apenas um parente distante. Farei outra postagem apresentando a descendência destes Salvadores.