domingo, 11 de abril de 2021

De Mafra para Minas - a família de Paulo Francisco Mafra

Há três grandes famílias mineiras que compartilham o sobrenome Mafra, mas sem ter uma relação de parentesco (pelo menos próxima e identificada). A primeira delas, mais antiga, é a do boticário Antonio Gomes Mafra, casado em Mariana em 1757 com Ana Vieira Serra; temos depois a família de Paulo Francisco Mafra, desde a fins década de 1760 na região de Lavras e a família de Joaquim José de Oliveira Mafra, que aparece na década de 1760 em Itabirito, próximo de Mariana. Há outra família Mafra de fins do século XVIII residindo no sul da colônia. Destas três famílias mineiras, a de Paulo Francisco Mafra é a qual vamos detalhar.

Paulo nasceu em 15 de janeiro de 1740 em Mafra, Portugal e foi batizado cinco dias depois no mesmo local. Foi o terceiro filho de João Francisco e Domingas dos Sanctos, casados também em Mafra em 26 de novembro de 1735. A princípio usou apenas o nome de Paulo. Posteriormente passou a usar Francisco como complemento e possível homenagem ao avô paterno, Francisco Pereira. Nem os avós, nem os pais e nem os irmãos de Paulo usaram o sobrenome Mafra. Este sobrenome toponímico passou a usar utilizado apenas no Brasil - e apenas por Paulo - em fins da década de 1760, período em que Paulo emigrou para a então Capitania de Minas Gerais. O pai de Paulo aparece nos registros paroquiais de Mafra (e de Cheleiros) apenas como João Francisco. Posteriormente é aparece com "Oeiras" ao ser mencionado no batismo de alguns dos netos mineiros.


Em Mafra...

Francisco Pereira e Domingas Francisca "dos Serrados" residiam em Cheleiros, uma pequena vila em Mafra. Nos livros da paróquia de Cheleiros encontrei ao menos dois filhos: Maria, batizada em 19 de junho de 1710 e João, batizado em 8 de maio de 1712. Como a pesquisa está incompleta, ainda é possível encontrar mais. Quanto aos ascendentes, talvez seja difícil descobrir mais. O primeiro livro de matrimônios de Cheleiros começa em 1712 e como Francisco Pereira e Domingas Francisca se casaram antes dessa data, não sabemos o nome de seus pais.

João adotou também o nome de Francisco e passou a ser identificado nos registros como João Francisco (e posteriormente no Brasil como João Francisco Oeiras). Casou em Mafra em fins de 1735 com Domingas dos Sanctos "dos Gonsalvinhos". Domingas foi batizada em Mafra em 12 de março de 1717, e era filha de Josephe dos Santos (José dos Santos) e de Josepha da Silva.

João Francisco e Domingas dos Sanctos foram pais de ao menos 7 filhos, todos batizados em Mafra:

1. Maria, nascida em 13 de novembro de 1736 (batizada no dia 19 do mesmo mês)

2. Caetana Maria, nascida em 8 de abril de 1738 (batizada no dia 14 do mesmo mês). Casou-se em Mafra em 13 de outubro de 1760 com Domingos Luis, filho de Manoel Luis e Jozepha Maria.

3. Paulo Francisco Mafra, nascido em 15 de janeiro de 1740 (batizado no dia 20 do mesmo) e que será apresentado em separo abaixo.

4. Joze Francisco, nascido em 16 de julho de 1742 (batizado no dia 20 do mesmo mês). Casou-se em Mafra em 15 de junho de 1767 com Maria da Costa, filha de João da Costa e Francisca Maria.

5. Jozepha, nascida em 25 de abril de 1747 (batizada no dia 27 do mesmo mês).

6. Manoel, nascido em 4 de dezembro de 1749 (batizado no dia 14 do mesmo mês).

7. Antonio, nascido em 3 de junho de 1752 (batizado no dia 20 do mesmo mês).


No Brasil...

Paulo Francisco Mafra emigrou de Portugal para o Brasil durante a década de 1760. No final dessa década já residia entre Lavras e Baependi, Minas Gerais, onde se casou com Estacia Anna Ribeira e onde os três primeiros filhos foram batizados. Foi proprietário de uma fazenda chamada "Rio do Peixe" e de alguns escravizados. Não foi possível identificar ainda a data da compra dessa fazenda, mas já era o seu proprietário desde 7 de setembro de 1793, quando redigiu seu testamento. Essa mesma fazenda foi mencionada outras vezes como propriedade de seus descendentes: em abril de 1804 no inventário de sua nora, Antonia Leocádia Gomes; em agosto de 1814, em uma petição do seu genro Antonio da Costa e Silva em que menciona um caminho que ligava a Capela de São Thome das Letras e a fazenda "que foi de Paulo Francisco Mafra"; em setembro de 1845 no testamento de seu filho Vicente Ferreira Mafra; todas as menções constam como "Fazenda do Rio do Peixe" e como propriedade de Paulo Francisco Mafra ou de seus filhos. A localidade de "Rio do Peixe" é mencionada ainda em janeiro de 1871 no testamento de Francisco Ferreira Mafra (um neto de Paulo). Por esses documentos acreditamos que a propriedade - ou partes dela - permaneceu em poder dos descendentes de Paulo Francisco Mafra por algumas gerações. Na década de 1960 a fazenda Rio do Peixe foi vendida por Joaquim Mafra para a família de Juracy Batista.

Com testamento redigido em 1793, Paulo Francisco Mafra veio a falecer em 24 de julho de 1797, em São Thome das Letras, sendo sepultado dentro da referida Capela de São Thome. Dois netos usaram o seu nome, sendo comum os homônimos entre seus filhos, netos e bisnetos, que apresentaremos abaixo. Sua esposa foi Estacia Anna Ribeira, nascida e batizada em Nossa Senhora da Piedade (Barbacena) em 1750 e filha de João Francisco Evangelho, natural da Ilha Terceira, Açores, e de Francisca Ribeira. Estacia Anna Ribeira já era falecida em 1793 quando Paulo redigiu o testamento.


Filhos e netos:

1- Maria Caetana Mafra, nascida em Lavras, entre 1766 e 1767 e falecida em Três Corações em 4 de abril de 1832. Filha mais velha, usou o mesmo nome de sua tia portuguesa Caetana. Em pelo menos um batizado em 1684, aparece Maria Francisca Mafra que acredito possa ser Maria Caetana. Casou-se na Capela dos Santíssimos Corações (Três Corações) em 20 de maio de 1787 com Antonio da Costa e Silva, natural de Lavras, tendo nascido por volta de 1761, filho de João da Costa Guimarães, natural de Braga, Portugal, e de Isabel Pedrosa, natural de Carrancas, MG. Maria Caetana Mafra e Antonio da Costa e Silva foram recenseados em Três Corações, com 65 e 70 anos respectivamente, ocupando-se de "roça e engenho" e sendo proprietários de 46 escravos. Tiveram ao menos 7 filhos.


2. Alferes Manoel Francisco Mafra, nascido e batizado em Baependi, por volta de 1768. 2° filho de Paulo Francisco Mafra. Casou-se na Capela de Nossa Senhora de Nazareth (atualmente município de Nazareno), filial de São João del Rei, em 16 de julho de 1788 com Maria Pereira do Nascimento, batizada na Capela do Porto Real (atual Carrancas), filha de Miguel Lopes da Silva e Julia Maria do Nascimento, filha de Diogo Garcia e da açoriana Julia Maria da Caridade, uma das "Três Ilhoas". Parte da família de Manoel Francisco Mafra havia sido pesquisada pela genealogista Marta Amato possivelmente por essa relação com uma das Ilhoas. Manoel Francisco Mafra passou a ocupar o cargo de Alferes depois de setembro de 1797, sendo que em 25 de dezembro de 1799 aparece na inauguração do Pelourinho de Campanha da Princesa já investido no cargo. A partir de 1815 desloca sua residência para Ventania (atual Alpinópolis). 11 filhos com Maria Pereira do Nascimento:

- Miguel, batizado na Capela de Nossa Senhora do Porto do Saco (Carrancas), filial da Igreja Matriz de Santa Ana das Lavras do Funil, em 21 de fevereiro de 1791.

- Julia Maria do Nascimento, batizada na Capela da Conceição do Porto do Saco (Carrancas) em 29 de fevereiro de 1792. Foi casada com João Francisco Tavares, nascido por volta de 1791 em Mogi Mirim e falecido no bairro Sapucaí, da Capela de São José e Dores (Alfenas) em 6 de outubro de 1821. Pais de Joaquim, batizado em Alfenas em 11 de outubro de 1815, sendo padrinhos os Joaquim Joze Mafra e sua irmã Lourença Antonia de Jesus, residentes em Ventania (Alpinópolis).

- Joaquim Joze Mafra, nascido por volta de 1795, residente em Ventania e padrinho de seu sobrinho Joaquim, mencionado acima.

- Lourença Antonia de Jesus, nascida por volta de 1797, madrinha juntamente com seu irmão Joaquim Joze Mafra.

- Antonio.

- Thereza Firmina Mafra, nascida por volta de 1802, casada com João Alves da Silva e ao menos uma filha, Maria, nascida por volta de 1820. Aparecem no censo de Ventania em 1832. Ela e o marido ainda estavam vivos em 1842 mencionado no batismo de um escravizado.

- Emerenciana Francisca Mafra, nascida por volta de 1805, casada com Joaquim Luiz Nogueira, nascido por volta de 1797. Ambos aparecem no censo de 1832 em Ventania. Em outros registros, aparece ainda com o nome de Emerenciana Francisca do Nascimento, usando o sobrenome devocional igual sua mãe e sua avó. Foram pais de ao menos 6 filhos, alguns batizados em Ventania e outros em Alfenas: João Luiz (Ventania, 5 de fevereiro de 1819), Francisco (1820, faleceu em 18 de janeiro de 1822 em Alfenas), Guilhermina (Alfenas, 10 de outubro de 1824), Maria (1826), Felisbina (Alfenas, 27 de janeiro de 1827) e Joaquim (Alfenas, 20 de novembro de 1828).

- Ponciana, batizada na Capela de São Thome das Letras em 25 de agosto de 1806, sendo padrinho o tio João Francisco Mafra. Faleceu ainda bebê e antes de 1808.

- João Francisco Mafra, batizado na Capela de São Bento do Campo Belo (atual São Bento Abade) em 6 de fevereiro de 1808 e faleceu provavelmente em 1866, pois em 6 de janeiro de 1867 um batismo de um escravizado menciona ser "herança dos orphao do finado João Francisco Mafra e Anna do Carmo". Foi casado duas vezes e parte de sua descendência foi pesquisada pelo genealogista Jaime Spletsttoser. Casado a 1ª vez ainda em Minas Gerais com Maria Constancia das Dores, mencionada também como Maria Custodia das Dores ou Maria das Dores Barboza, falecida em 1836 e sepultada na Igreja de São João Batista em São João da Boa Vista. Desse primeiro casamento houve: Joze Eleuterio Mafra (batizado na Ermida de São Domingos da Barra, atual Carmo da Cachoeira, em 10 de abril de 1826, casado em 1854 em São Sebastião do Paraíso com Maria Candida de São José e falecido em São João da Boa Vista em 1881); João Francisco Mafra (batizado na mesma Ermida de São Domingos da Barra, em 20 de janeiro de 1828, falecido em 1901 em Aguaí e que foi casado com Candida Maria das Dores); Joaquim Francisco Mafra (nasceu aproximadamente em 1829, foi casado com Maria Constancia de Jesus e com três filhos: Antonio Francisco Mafra, Maria Candida Mafra e Carolina, residente entre Caldas, Campestre e Botelhos); Anna (batizada na mesma ermida que os irmãos, em 16 de maio de 1830); Maria (batizada na mesma ermida em 20 de dezembro de 1831); Maria Constancia Mafra ou Maria da Conceição Mafra (nascida por volta de 1833, casada com Vicente Jose da Silva e com ao menos quatro filhos: Francisca, Maria Rosa Mafra, Francisca Victalina Mafra e Magdalena Constancia das Dores); Antonio Francisco Mafra (nascido em São João da Boa Vista, por volta de1834 e falecido em Pirassununga, em 1897, com testamento, sendo casado a 1ª vez com Constancia Perpétua de Jesus e a 2ª vez com Rita Maria da Glória, tendo diversos filhos, Francisca Theodora Mafra, João Francisco Mafra e vários outros que residiram em Pirassununga); Francisco Antonio Mafra (nascido por volta de 1835, provavelmente depois da família se mudar da região das Lavras para a de Mogi Guaçu, tendo casado duas vezes, com Vicencia Candida de Jesus e depois com sua prima distante Maria Balbina de São José, filha de Manoel Francisco Mafra e Ubaldina Candida, tendo vários filhos: João, Maria de Paula das Dores, Francisco Canuto Mafra, Jeronimo Silverio Mafra, José Teodoro Canuto Mafra, Maria José Mafra, Balbina Mafra, Magdalena Antonia Mafra e Ignacia Mafra). João Francisco Mafra e Maria Constancia das Dores residiam com os filhos em São João da Boa Vista desde 1835, quando são recenseados. Ao ficar viúvo, casou-se pela 2ª vez em São João da Boa Vista em 16 de janeiro de 1837 com Anna do Carmo. Do segundo casamento houve: José Francisco Mafra; Jesuina; Manoel José Mafra (casado em Mogi Guaçu em 1868); Francisca Victalina Mafra, casada com Francisco Barbosa de Assis e pais de Adolpho Acayaba, Theophilo Barbosa Acayaba, Arminda Barbosa Acayaba, Maria Barbosa Acayaba, Ottilio Barbosa Acayaba e Argymiro Acayaba; Mariana; Theotonio Mafra; Eleaquina Victalina Mafra, Silvestre José Mafra e João José Mafra, este último casado em Itapira em 14 de fevereiro de 1885 com Anna Adelina Vieira e pai da professora Sylvia Mafra Machado.

- Ponciana Jesuina da Gloria, batizada na Capela de São Thome das Letras em 22 de maio de 1808, sendo padrinho tio João Francisco Mafra. Em alguns documentos é mencionada como Ponciana Francisca Mafra. Foi recenseada em 1832 em Ventania como chefe de um fogo, de profissão costureira. Não se casou, mas teve ao menos 5 filhos: Pio Nato Brasileiro, nascido em 1833 e falecido em Ventania (Alpinópolis) em 6 de junho de 1865, foi casado com Mariana Carolina de Figueiredo e teve vários filhos, dentre eles Laudelina Alda Blandina Brasileiro, Francisco Pio Brasileiro, Horácio Virgilio Brasileiro e Pio Nato Brasileiro Filho; Izilito Ponciano Mafra, nascido em 1834 e falecido em Ventania em 27 de janeiro de 1878, casado com sua cunhada Mariana Carolina, após o morte de seu irmão Pio e no Almanach Sul Mineiro de 1874 aparece como comerciante em Ventania; Maria das Dores Mafra, nascida aproximadamente em 1835 e casada com Esmael de Assis Antunes; Anna Lucia Mafra, nascida em 1839 e casada em Ventania em 28 de janeiro de 1857 com Francisco Alves Martins; Baptistina Candida Mafra, batizada em Ventania em 4 de novembro de 1842, casada na mesma localidade em 1 de junho de 1861 com Oliverio Ferreira Pedrosa.

- Magdalena Maria Mafra, batizada na Capela do Santíssimo Coração (Três Corações) em 12 de novembro de 1808. Foi madrinha em 1828 de um filho de sua irmã Emerenciana.


3. Anna Luiza Mafra, batizada em Baependi por volta de 1770, casada na Matriz de Campanha em 28 de julho de 1788 com Francisco Lopes da Silva, batizado em Carrancas e filho de Miguel Lopes da Silva e Julia Maria do Nascimento. Faleceu em 24 de abril de 1797 em São Thome das Letras. Após seu falecido, Francisco Lopes da Silva casou-se ainda duas vezes e deixou vários descendentes em Pouso Alegre. Anna Luiza e Francisco foram pais de: Julia Maria do Nascimento, nascida na região de Campanha por volta de 1789 e casada em Pouso Alegre em 15 de outubro de 1806 com Jose de Souza Mendes; Joze, batizado na Capela do Porto Real (Carrancas) em 23 de maio de 1790; Antonio Lopes da Silva, batizado em 8 de maio de 1791 na Capela da Senhora Conceição do Porto (Porto do Saco, Porto Real, atualmente em Carrancas), casado com Prudenciana de Jesus e com vários descendentes em Pouso Alegre; Miguel Lopes da Silva, batizado na Capela dos Santíssimos Corações (Três Corações) em 14 de dezembro de 1794, casado com Ignacia Francisca de Jesus e depois com Delfina Flavia de Oliveira; Manoel, batizado na Capela do Campo Belo de São Bento (São Bento Abade) em 28 de abril de 1796 - pesquisa de Luis Antonio Vilas Boas; Francisco de Borja e Silva, nascido em Lavras em 1797, ano da morte de sua mãe, casado em Pouso Alegre em 1 de novembro de 1817 com Prudenciana Flavia de Oliveira.


4. Vicente Ferreira Mafra, batizado na Capela de São Bento (São Bento Abade) em 3 de agosto de 1777. Faleceu em Campanha, em 4 de junho de 1853, tendo deixado testamento. Casou-se na mesma capela onde fora batizado, em 25 de abril de 1798 com Anna Josefa Gomes, natural de São João del Rei, filha de Ignacio Gomes da Rocha e de Joana Maria da Conceição. Deixou vários descendentes em Três Corações e localidades vizinhas.

- Paulo Francisco Mafra, nascido entre 1798 e 1799. Também aparece em alguns registros como Paulino Francisco Mafra. Casado com Luciana Ignacia de Jesus, filha de Francisco Ignacio de Souza e de Maria Tereza Vilella. Pais de: Francisco de Paula Mafra, batizado em Três Corações em 8 de junho de 1831; Ana Francisca de Paula, batizada em Três Corações em 28 de agosto de 1836 e casada no mesmo lugar em 23 de novembro de 1853 com seu primo José Alves Ferreira Mafra (filho de Joaquim Ferreira Mafra e Rita Silveria de Cassia), tendo ao menos dois filhos: João Alves Mafra, em São Thome das Letras em 1854 e Maria do Carmo de Souza, em Carmo da Cachoeira em 1860; Jose Paulino Mafra; Maria Paulina de Souza e João Capistrano Mafra.

- Maria Luiza, nascida por volta de 1801, mencionada no testamento de seu pai. 

- Antonio Ferreira Mafra, nascido em Três Corações por volta de 1803 e falecido na mesma localidade em 17 de setembro de 1870, deixando testamento em sua Fazenda Engenho do Brejo onde reconhecia ser pai de um filho tido com Josepha Maria de Jesus de nome Antonio (nascido em 1850).

- Vicente Ferreira Mafra, nascido por volta de 1807 e mencionado no testamento de seu pai.

- Joaquim Ferreira Mafra, batizado em 22 de outubro de 1809 na capela dos Santíssimos Corações. Também aparece em outros documentos como Joaquim Fernandes Mafra. Em 1874, segundo o Almanach Sul Mineiro possuía em Três Corações um engenho movido por animais. Casado em Três Corações em 7 de março de 1835 com Rita Silveria de Cassia, filha de Jose Alves Taveira e de Vicencia Umbelina de Cassia. Teve 11 filhos: Jose Alves Ferreira Mafra, casado em Três Corações em 23 de novembro de 1853 com sua prima Ana Francisca de Paula, menciona acima, filha de Paulo Francisco Mafra e Luciana Ignacia, tendo os filhos João Alves Mafra e Maria do Carmo de Souza, e, após enviuvar, casou-se em 11 de fevereiro de 1872 na mesma capela em Três Corações com Maria do Carmo, também viúva; Maria Victalina de Cassia, casada em Três Corações em 26 de novembro de 1853 com Antonio Jeronimo Machado (mencionados no testamento de Antonio Ferreira Mafra em 1870); Joaquim; Flauzino; Paulina Flauzina Mafra, batizada em Três Corações em 23 de julho de 1843 e no mesmo local casada em 25 de novembro de 1858 com seu primo Paulo Francisco Mafra (filho de Manoel Joaquim Mafra e Magdalena Theodora); Honória; João; Maria; João Ferreira Mafra, batizado em Três Corações em 14 de maio de 1852 e casado em Campanha em 2 de janeiro de 1875 com Umbelina Maria do Carmo; e mais duas filhas de nome Ana, batizadas respectivamente em 1855 e 1857.

- Francisco Ferreira Mafra, batizado em Campanha em 4 de agosto de 1811 e falecido em São Thome das Letras em 9 de fevereiro de 1873, casado com Rita Eufrazia de Jesus e pai de ao menos duas filhas: Anna Francisca de Paula casada com Francisco Gonçalves Valim; Marianna Eufrazia Ferreira Mafra, casada em Três Corações em 6 de julho de 1853 com Antonio Manoel do Nascimento.

- Anna Candida, Candida Vitoria, Candida Bernardina ou simplesmente Candida, mencionada com esses nomes, foi casada com João de Deus Silva. Ao menos um filho foi batizado em Três Corações, João, em 8 de janeiro de 1842.

- Jose.

- Manoel Joaquim Mafra, batizado na Capela do Rio Verde (Três Corações) em 8 de junho de 1817. Em outros documentos aparece como Manoel Ferreira Mafra. Casou-se em Três Corações em 7 de março de 1835 com Magdalena Theodora da Costa, filha de Thome Borges da Costa e de Theodora Nicesia Gomes do Nascimento. Depois de viúvo de Magdalena, casou-se em Três Corações em 16 de julho de 1887 com Anna Maria de Jesus, também viúva. Do primeiro casamento teve ao menos cinco filhos: Vicente Ferreira Mafra, nascido por volta de 1836, casado em Três Corações em 14 de maio de 1853 com Maria Silveria do Nascimento e pai de Jose, Luiz Mafra e Messias (Mécia) Ferreira Mafra, e, segundo o Almanach Sul Mineiro possuía uma olaria em Boa Vista do Cambuquira; Maria, nascida por volta de 1837 e falecida em Três Corações com dez anos em 28 de maio de 1847; Paulo Francisco Mafra, batizado em Três Corações em 2 de setembro de 1838 e casado na mesma localidade em 25 de novembro de 1858 com sua prima Paulina Flauzina Mafra, filha de Joaquim Ferreira Mafra e Rita Silveria, sendo pai de Rita Felicia Mafra, Vicente Ferreira Mafra, Maria, Theresa Honoria Mafra, Missias Mafra, Antonio Paulino Mafra, Emilia Mafra e Ana Ferreira Mafra; Delfina, batizada em Três Corações em 2 de fevereiro de 1840 e Olympia, batizada também em Três Corações em 25 de novembro de 1849.

- Candido, batizado em 30 de dezembro de 1821 na Capela do Rio Verde (Três Corações).

- Um filho natimorto em 11 de julho de 1823, sepultado em Três Corações.


5. Francisco, nascido por volta de 1787 e que morreu ainda criança, pois não é mencionado no testamento do pai em 1793.


6. Joaquim, batizado em São Thome das Letras em 2 de outubro de 1781 e que também morreu ainda criança, pois não é mencionado no testamento do pai em 1793.


7. Francisca Ribeira Mafra, batizada em São Thome das Letras em 12 de fevereiro de 1782. Casada na mesma Capela de São Thome em 11 de setembro de 1809 com Domingos Francisco de Magalhães, batizado em Aiuruoca em 6 janeiro de 1763, filho do português João Francisco de Magalhães e de Escolastica de Albernaz, natural de Nossa Senhora da Piedade (Barbacena). Pais de ao menos 5 filhos: Antonio Francisco Mafra, batizado na Capela dos Santíssimos Corações (Três Corações) em 29 de setembro de 1800 e falecido em Alfenas em 10 de fevereiro de 1855, casado pela 1ª por volta de 1830 com Maria das Dores de Oliveira, natural de Lavras, onde nasceu em 1810 e falecida em Alfenas em 28 de junho de 1841, e pela 2ª vez em Alfenas em 9 de novembro de 1842 com Anna Bernarda Xavier, natural de São Gonçalo do Sapucaí, filha de Antonio Nunes Adorno e de Maria Benedicta Xavier Tolledo, deixando filhos apenas do primeiro casamento (João, Antonia, Antonio, Maria do Carmo de Jezus, Domingos Antonio Mafra, Maria Jozé da Conceição); Anna Francisca Mafra, batizada na Capela de São Thome das Letras em 24 de junho de 1803 e casada com Bento Joze da Silva (pais de Joze Francisco, Maria Joaquina, Anna Francisca, Mariana Francisca, Joaquina e Antonio); Maria, batizada na Capela do Campo Belo (São Bento Abade) em 22 de janeiro de 1804; Joaquim Francisco Mafra, nascido em 1807 e casado com Maria Luzia Antunes, filha de João Antunes da Silva e de Joaquina Pereira, foram pais de Francisco, Francisca Joaquina de Jesus, Maria, Antonio e Joaquim Francisco Maffra; Maria Francisca Mafra, batizada em 3 de setembro de 1809 na Capela de São Thome das Letras e foi casada com Joaquim Severino da Silva; Izabel Maria Mafra, nascida em 1811 e casada com Gabriel Alves Ferreira, e pais de vários filhos, dentre eles Leopoldina Maria de Jezus, residente em Caconde e casada em Alfenas em 1866 com Joze Justino Vieira;


8. João Francisco Mafra, batizado na Capela de São Thome das Letras em 7 de março de 1784, após ter recebido o batismo "sub conditione" em casa. Foi casado duas vezes: por volta de 1802 com Antonia Leocadia Gomes, falecida em 17 de abril de 1804 e sepultada na Capela do Campo Belo (São Bento Abade), na idade de 30 ano tendo como causa da morte o parto. Há um inventário de Antonia Leocadia Gomes no Fórum de Itajubá que pode trazer mais informações sobre sua vida. Do primeiro casamento houve três filhos: Joaquim Francisco Mafra, Joze e uma criança natimorta. O segundo casamento ocorre entre 1805 e 1808 com Ignacia Claudina da Encarnação (ou Ignacia Benedicta / Claudina de São Jozé), filha do Alferes Joze Pereira de Carvalho e Thereza Maria de Mendonça. É considerado um dos fundadores de São Sebastião do Paraíso, por ter doado terras para a formação do município.

- Joaquim Francisco Mafra, batizado 4 de maio de 1803 na Capela de São Thome das Letras. Casou-se em Caldas em 8 de março de 1817 (na idade de 14 para 15 anos) com Mariana Luiza de Siqueira (também chamada de Mariana de Sousa Ramos). Faleceu em São João da Boa Vista em 17 de dezembro de 1846. 

- Joze Mafra, batizado na Capela de São Bento (São Bento Abade) em 14 de agosto de 1803.

- Natimorto em 17 de abril de 1804.

- Anna Inacia Mafra, batizada na capela da Conceição do Porto (Carrancas) em 24 de setembro de 1809. Em 1813 no testamento do avô materno recebeu de herança uma "crioulinha por nome Catharina" e em 1819 no testamento da avó materna recebeu como herança "cinquenta mil réis".

- Maria, batizada na Capela de São Thome das Letras em 30 de novembro de 1810.

- Paulo Francisco Mafra, batizado na mesma Capela de São Thome em 19 de janeiro de 1812. Já era falecido em julho de 1859. Casou-se em Franca (SP) em 14 de julho de 1833 com Francisca Gomes de Freitas, sendo pai de: Francisco Antonio Mafra Subrinho (Sobrinho) batizado em Franca em 5 de julho de 1834 e casado na mesma cidade em 22 de julho de 1859 com Maria Joaquina do Nascimento e com algumas filhas batizadas em São Sebastião do Paraíso (Maria, Anna, Claudina e Ignacia); Antonio, batizado em São Sebastião do Paraíso 4 de julho de 1839; Ignacia Claudina de Jesus, batizada em São Sebastião do Paraíso em 10 de setembro de 1841 e casada por volta de 1873 com Antonio Furtado de Mendonça, e mãe de Emerencianna Claudina de São Joze; Jose, Maria e Emilia, ambos batizados em São Sebastião do Paraíso, respectivamente em 14 de agosto de 1844, 5 de outubro de 1846 e 14 de setembro de 1848. Ainda não consegui confirmar se Nicesio Gomes Mafra seria descendente de Paulo Francisco Mafra e Francisca Gomes de Freitas.

- Rita Claudina de São Jose, nasceu por volta de 1815 em Minas Gerais e faleceu em Ribeirão Preto em 17 de janeiro de 1885. Também é mencionada com o nome de Rita Candida de São Jose em alguns documentos. Casou-se por volta de 1835 (ou antes) com Manoel Francisco Terra (n. 1811, f. São Simão, 1859). Foram pais de: Ignacia Candida de São Jose; Anna Claudina de São Jose (batizada em Cajuru SP, 21 de maio de 1843); Maria Rita de São Jose (batizada em Cajuru SP, 26 de dezembro de 1843); Ubaldina Candida de São Jose (casada em São Simão com Arlindo Jose Nogueira); Manuel, batizado em Cajuru 19 de maio de 1846; Joaquim Mafra Terra casado em São Carlos SP em 5 de fevereiro de 1873 com Marianna Candida de São Jose; João Francisco Terra, falecido em Batatais em 1927; Jose Aurelianno Mafra, casado pela 1ª vez em São Carlos em 26 de novembro de 1875 com Umbelina Candida de São Jose e a 2ª vez com Ernestina de Oliveira, sendo pai de Jonna, Balduina, Maria, Carlos e Mathildes de Oliveira Mafra, batizados em São Carlos; Jose de Carvalho Terra e Candida Maria de São Jose, batizada em Cajuru em 17 de outubro de 1846 e casada em Ribeirão Preto em 1 de março de 1870 com seu primo Jose Francisco Mafra (filho de Jose Venancio de Carvalho Mafra);

- Jose Venancio de Carvalho Mafra, nasceu por volta de 1817 em Minas Gerais e faleceu em antes de dezembro de 1869. Casado com Anna Leopoldina de Arantes, falecida em São Sebastião do Paraíso em 29 de dezembro de 1869, sendo já viúva. Foram pais de: Jose Francisco Mafra, nascido em São Sebastião do Paraíso por volta de 1850 e casado em Ribeirão Preto em 1 de março de 1870 com sua prima Candida Maria de São Jose, batizada em Cajuru em 17 de outubro de 1846, filha de Rita Claudina de São Jose e Manoel Francisco Mafra (citados acima); Maria, Virginia, Urias Mafra e Ignacia, todos batizados em São Sebastião do Paraíso, respectivamente em 2 de janeiro de 1852, 24 de abril de 1859, 29 de junho de 1862 (e Ignacia nascida em 16 de setembro de 1865); João Francisco Mafra, batizado também em São Sebastião do Paraíso em 7 de abril de 1857 e casado na mesma cidade em 19 de novembro de 1879 com Maria das Dores de Mello;

- Antonio, nasceu por volta de 1818 e faleceu em 23 de fevereiro de 1821 , na idade de dois anos, sendo sepultado na Capela de Carrancas.

- Domingos Ferreira Mafra, nasceu por volta de 1820 e faleceu em 1852. Foi casado com Ubaldina Candida de São Joze, batizada em Nepomuceno em 4 de setembro de 1825, filha de Antonio Caetano de Villas Boas e Maria Luiza de São Joze Mendonça. Foram pais de: Francisco, batizado em Nepomuceno em 28 de janeiro de 1848 e que faleceu na mesma localidade em 28 de outubro de 1850; Jose Venancio Mafra, batizado em Nepomuceno em 28 de novembro de 1849 e casado em Muzambinho em 15 de julho de 1871 com Ubaldina Candida de São Jose, sendo pais de Ernestina Venancio Mafra, Leonor Carolina da Silva, Maria, Antonio Jose Venancio, Arminda, Ubaldina Candida de São Jose, Jose Venancio de Villas Boas e Domingos Jose Venancio Mafra (este falecido em São Sebastião da Grama em 1975) e os demais filhos batizados em São Simão, São Sebastião do Paraíso e São Tomás de Aquino; Maria, batizada em Nepomuceno em 28 de setembro de 1851 e que faleceu em São Sebastião do Paraíso em 8 de janeiro de 1854, com dois anos de idade.

- Marianna Candida de São Jose, nasceu por volta de 1823 e casou por volta de 1844 com Joaquim Flávio Terra. Dos vários filhos de Mariana com Joaquim, encontramos Innocencia Constancia de São Jose, batizada em Cajuru aos 11 de abril de 1858 e casada em São Carlos SP em 31 de julho de 1882 com seu primo João Francisco Mafra Primo, natural de Casa Branca e filho de Manoel Francisco Mafra e Ubaldina Candida Monteiro.

- Manoel Francisco Mafra, nasceu por volta de 1825 e já estava casado em 1846 com Ubaldina Candida Monteiro, filha de Jose Venancio de Villas Boas e Maria Balbina Monteiro. Ubaldina nasceu por volta de 1830 e faleceu em Tambaú em 14 de junho de 1902. Manoel Francisco Mafra e Ubaldina Candida Monteiro foram pais de: Jose Mafra, vivo em 1902; João Francisco Mafra Primo, natural de Casa Branca onde nasceu por volta de 1858 e que se casou em 31 de julho de 1882 em São Carlos com sua prima Innocencia Constancia de São Jose (citada acima) e pai de Mariano Primo, Joaquim, Sebastião de Carvalho Mafra, Ubaldina e Lazaro Mafra, batizados em Santa Rita do Passa Quatro e São Carlos; Maria Balbina de São Jose, casada pela 1ª vez em Santa Rita do Passa Quatro em 21 de janeiro de 1878 com Antonio Marques de Queiroz (falecido em Sta Rita do Passa Quatro em 21 de fevereiro de 1880) e pela 2ª vez por volta de 1881 com seu primo Francisco Antonio Mafra (filho de João Francisco Mafra e Maria Constança das Dores, citados acima); Manoel, batizado em Casa Branca em 26 de julho de 1860, com três meses de vida; Francisco Antonio Mafra, batizado em Casa Branca, em 18 de maio de 1862 e que se casou em São Carlos 1 de outubro de 1887 com Leonor Candida; Antonio Aurelianno Mafra, batizado em Casa Branca 25 de setembro de 1864 e casado com Anna Luiza Ramos, sendo pais de Antonio, Lazara e João Batista Mafra; Maximiano, Henriqueta, Rita e Ignacia, batizados em Casa Branca, respectivamente em 20 de maio de 1866, 12 de abril de 1868 (batizado duplo de Henriqueta e Rita) e 3 de fevereiro de 1870; pais também de Marianna, que foi batizada em Casa Branca 7 de janeiro de 1871 e faleceu em Santa Rita do Passa Quatro com 5 anos, em 17 de abril de 1877.

- Francisco Antonio Mafra, nasceu por volta de 1830. Foi casado com Marianna Inocencia de Figueiredo, sepultada na Matriz de Batatais em 26 de setembro de 1857, tendo falecido na idade de 30 anos de um parto mal sucedido. Marianna Inocencia foi filha de Mateus Justino Garcia de Figueiredo e Mariana Inocencia de Figueiredo. Francisco Antonio Mafra foi o fundador da Capela do Cuscuzeiro, em Santo Antonio da Alegria. Proprietário de uma fazenda na região entre Batatais e Santo Antonio da Alegria onde criava gado. Em 1874 constava como eleitor na listagem de São Sebastião do Paraíso. A única referência de um descendente de Francisco Antonio Mafra é a de um filho natimorto no parto que matou sua esposa Marianna Inocencia.

- Luis Francisco Mafra, batizado em São Sebastião do Paraíso em 28 de agosto de 1832, sendo o último filho conhecido de João Francisco Mafra e Ignacia Claudina da Encarnação. Casou em São Sebastião do Paraíso, em 7 de fevereiro de 1853 com sua cunhada Ubaldina Candida de São Jose, nascida em Nepomuceno, 1825 e viúva de Domingos Francisco Mafra (irmão mais velho de Luis Francisco). Não encontrei descendentes desse casamento.


Descendência comprovada por meio de registros anexados em "Fontes" na árvore do Family Search, a começar em Paulo Francisco Mafra (ID: K48T-9X5). Há outros ramos que ainda precisam ser pesquisados.

Um comentário:

  1. Olá, você possui algum documento do Joaquim Francisco Mafra? Podemos falar por e-mail?

    ResponderExcluir